Candidatos prometem guerra à pobreza, com crescimento

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Comunicação Casa
Data
12 de setembro de 2014

Garotinho, Pezão, Crivella, Lindberg e Tarcísio mostram como combater a miséria na Baixada

Rio – O candidato à reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB), promete bolsas do Pronatec aos jovens das famílias beneficiadas pelo programa Renda Melhor e cursos profissionalizantes para permitir o acesso dos jovens ao mercado de trabalho, além de entrar com programas de atendimentos aos moradores das favelas com UPPs. O senador Marcelo Crivella (PRB) diz que implantará uma agência metropolitana que coordenará os investimentos nas prefeituras da Baixada. Pretende melhorar a infraestrutura para atrair novas empresas e estimular o emprego e a renda.

O candidato Tarcísio Motta (Psol) quer mudar o modelo de governo, ampliando o controle social nos processos de tomada de decisão, em todas as instituições públicas. Anthony Garotinho (PR) considera o investimento em infraestrutura fundamental para reduzir os níveis de pobreza.

Candidatos prometem guerra contra a pobreza

Foto:  Divulgação

Agências e consórcios

Para isso, defende a recriação da Fundrem (Fundação do Desenvolvimento da Região Metropolitana),com consórcios entre os municípios com um forte apoio do estado. O senador Lindberg Farias (PT) quer dinamizar a economia com um programa de reorganização e revitalização das vocações da região em quatro polos produtores,a partir de Itaguaí,Duque de Caxias, Itaboraí e São Gonçalo.

Com essas propostas, os candidatos ao governo do Rio responderam à pergunta proposta peloDIA – como combater a pobreza e miséria na Baixada Fluminense? – nesta quarta rodada de debates a partir da pesquisa da Casa Fluminense,publicada na edição de domingo, revelando que um terço dos habitantes da Baixada está abaixo da linha da pobreza. Em Japeri, quase metade da população vive em situação de pobreza e miséria. A seguir, as ideias dos candidatos:

Garotinho: ‘Queremos fazer da Baixada o ABC do Rio’

“A forma mais eficiente de melhorar o nível de renda da população já foi testada em diversos países do mundo. É através de investimentos pesados em educação e geração de emprego. Mas para que isso aconteça é fundamental investir em infraestrutura (água e esgoto) e mobilidade urbana. Minha ideia é fazer com que cada município da Baixada deixe de ser cidade dormitório e passe a ter vida própria com boas escolas, espaços culturais, bons meios de transporte, bons hospitais.

E isso só é possível pensando a região metropolitana de forma integrada. Nesse sentido vou recriar um órgão que nunca deveria ter sido extinto, a Fundrem (Fundação do Desenvolvimento da Região Metropolitana), criando consórcios entre os municípios para que, de maneira integrada, se ajudem mutuamente com um forte apoio do estado. Esse é o caminho que nós queremos trilhar, essa é a única solução que será capaz de reverter, de forma efetiva, o futuro da Baixada Fluminense, para que ela se torne o que o ABC é hoje em relação a São Paulo, uma região com crescimento do emprego e renda”.

Pezão: ‘Vamos ampliar os programas sociais’

“Em 2011, a gestão Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão lançou o programa Renda Melhor, que tem por objetivo conceder benefício financeiro a famílias cadastradas no programa Bolsa Família, do governo federal. O Rio Sem Miséria – programa guarda-chuva de projetos sociais- incluiu ainda o Renda Melhor Jovem voltado para jovens entre 15 e 17 anos integrantes de famílias beneficiadas pelo Renda Melhor e matriculados na rede regular de Ensino Médio estadual. Do lançamento até agora,foram investidos R$ 598,6 milhões no Renda Melhor e mais R$ 11,7 milhões no Renda Melhor Jovem.

Na próxima gestão, o programa Rio Sem Miséria será fortalecido por meio de ações que ampliem as oportunidades econômicas das famílias atendidas nos vários municípios. Serão oferecidas bolsas do Pronatec aos jovens das famílias beneficiadas e o programa de Microcrédito Produtivo será estendido, com prioridade a esse público.

Para melhorar o acesso ao mercado de trabalho, haverá investimento em cursos profissionalizantes, levando o programa Dupla Escola a mais 100 colégios do estado e instalando novos Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs), chegando a 180 unidades no final da próxima gestão.Por último, uma orientação central da política social da nova gestão será a ampliação de políticas de atendimento às famílias residentes nas comunidades das UPPs”.

Crivella: ‘Criaremos uma agência metropolitana’

“A situação de pobreza na Baixada Fluminense de fato é preocupante. Para reverter esse quadro, implantaremos uma agência metropolita para estabelecer uma relação de investimentos públicos integrada entre as prefeituras, o governo do estado e o governo federal. Em segundo lugar, implantaremos, em parceria com o governo federal e os municípios, uma política de infraestrutura que permitirá atrair empresas e assim melhorar a renda na região.

Em terceiro lugar, apoiaremos as prefeituras na implantação de uma política universal de creche e de melhoria do ensino fundamental. Melhoraremos o ensino médio nos municípios da Baixada,e ampliaremos a oferta de ensino técnico,atuando em parceria com as prefeituras e as entidades empresariais.

Em quarto lugar, através da agência metropolitana, vamos fortalecer na área da saúde uma atuação integrada que priorize a atenção primária de saúde, através de um programa de médico de família. Por último,implantaremos com as prefeituras uma política cultural na região, melhorando a qualidade de vida e ampliando a autoestima na região”.

Lindberg: ‘Revitalizaremos os polos econômicos’

“É preciso dinamizar a economia do estado visando à redução das desigualdades sociais e territoriais existentes na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Precisamos gerar empregos próximos às casas dos trabalhadores. A Região Metropolitana tem potencialidades para estabelecer pelo menos quatro novas centralidades.

A primeira, seria a partir de Itaguaí que alcançaria todos os municípios vizinhos e grande parte da Zona Oeste, fortalecendo atividades como siderurgia, metal-mecânica e construção naval. A segunda seria no triângulo Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Ilha do Fundão, que poderia desenvolver atividades de geração de conhecimento e tecnologia e o estabelecimento de fábricas de plásticos, alimentos e bebidas, móveis, calçados e couros.

A terceira potencialidade seria a partir de Itaboraí cujo centro estruturante seria o Comperj. Mas que deve ir além da refinaria que será inaugurada em 2016. Será preciso transformar a região em um centro petroquímico que possibilite a implantação de indústrias de plásticos.

A quarta potencialidade seria o desenvolvimento da indústria de peças para navios/embarcações e metal-mecânica a partir de São Gonçalo. Também é importante investir em educação. Vamos implantar o Ciep do Século 21, com educação integral, reforço, cursos técnicos, e formação profissionalizante”.

Tarcísio: ‘Ampliaremos o controle social nas decisões’

“Há muito que o Estado do Rio de Janeiro é administrado em torno dos interesses de um cartel de empresários em detrimento dos anseios da grande maioria da população. Precisamos construir um novo modelo de governo. Para isso, não há dúvidas, o poder público não pode continuar se comportando como um grande balcão de negócios.

Ao contrário, deve funcionar como um instrumento de promoção do interesse público. Vamos ampliar o acesso à informação, à consulta popular e o controle social nos processos de tomada de decisão, em todas as instituições públicas dos gabinetes às escolas e hospitais. Reformar a política de cobrança de impostos para promover a distribuição de renda.

Também vamos distribuir a infraestrutura de serviços e equipamentos públicos, que hoje se concentra nas áreas nobres. E expandir o cooperativismo, a economia solidária e os programas de renda mínima. Nosso principal compromisso é a educação: queremos valorizar os educadores, promover a autonomia pedagógica e transformar as escolas em polos de produção e difusão da cultura”.

Matéria originalmente publicada no jornal O Dia 

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