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“A oeste, o meu norte”, por Pablo Ramoz

Pablo no Morro do Mirante, sítio histórico de Santa Cruz (Foto: Mônica Parreira)
Pablo no Morro do Mirante, sítio histórico de Santa Cruz (Foto: Mônica Parreira)

O meu espaço-tempo é o bairro onde nasci e vivo, Santa Cruz, que a geografia insiste em dizer que está ao extremo oeste da Cidade do Rio de Janeiro e que, para mim, é o meu norte. Por assim dizerem, que o bairro é longe do Centro, as pessoas que fincaram raízes no aqui, naturalmente, são forjadas a atravessar a cidade, por obrigação ou pela necessidade de troca com outros indivíduos e locais, como no meu caso. Circular a cidade me faz bem, e melhor ainda é a certeza de que esse círculo se completa na volta à Santa Cruz. Esse bairro, com cara de cidade do interior, onde a gente sabe o nome de todos os vizinhos, onde a gente assiste as crianças crescerem, sabendo mais ou menos a que família pertence, onde a gente sente o cheiro de terra molhada nas primeiras gotas de chuva, me areja e encoraja a voltar a rodar pelo circuito urbano da cidade.

Santa Cruz é um dos bairros mais antigos do Rio – completará 448 anos em 2015. O bairro conserva, no inconsciente coletivo e em prédios tombados, a época de ouro da antiga Fazenda de Santa Cruz, que chegou a ser a maior fazendo do país. Ao dizer que moro em Santa Cruz, muitas pessoas me olham com espanto e até arriscam a perguntar: por que morar tão longe? Calmamente, esclareço que a cidade começou e recomeça por Santa Cruz e, para além da importância histórica, logo trato de afirmar que esse lugar me formou, esse lugar define quem eu sou.

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