Seminário de Desenvolvimento Local busca alternativas para Senador Camará

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Comunicação Casa
Data
13 de fevereiro de 2015

Por Guilherme Karakida

Negligenciado pelo Estado, o bairro de Senador Camará apresentou, segundo o Censo de 2010 realizado pelo IBGE, uma renda per capita mensal de apenas R$573,00 sendo que 13% da sua população encontra-se na condição de extrema pobreza (rendimento inferior a R$107,00 por mês). Além disso, 32% dos moradores (aproximadamente 34 mil pessoas) estão abaixo da linha de pobreza, sobrevivendo com menos de sete reais por dia.

Esse foi um dos levantamentos feitos pelo economista e coordenador de informação da Casa Fluminense, Vitor Mihessen, que inaugurou o Seminário de Desenvolvimento Local em Senador Camará no último dia sete de fevereiro. O evento ocorreu no Colégio Estadual Stuart Edgar Angel Jones com o tema “Condições de vida em Senador Camará – Diagnóstico socioeconômico da Zona Oeste”.

Com auditório cheio, moradores receberam indicadores importantes sobre o território e, provocados pela pergunta “Que Senador Camará queremos?”, foram estimulados a pensar coletivamente soluções para o bairro.

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A capacitação de agentes comunitários de saúde sobre o funcionamento da Programa Bolsa Família foi uma das propostas levantadas pelos participantes do Seminário. Outra demanda foi o fomento ao empreendedorismo para dinamizar a economia local e a construção do Centro de Comunicação Comunitária para a divulgação de atividades.

O espaço também serviu para criticar as políticas públicas voltadas para o bairro. A agente comunitária de saúde Edna dos Santos, por exemplo, reclamou da demora do Estado no processo de regularização das casas. “Eu e outras pessoas queremos formalizar nossas propriedades e melhorar nossas casas para receber visitas, mas não conseguimos apoio do poder público”, afirmou.

O jornalista Jessé Cardoso, do jornal Folha da Terra, por outro lado, identificou a falta de foco na melhoria de transporte nos arredores “É necessário olhar para as redes viárias que compõem o entorno dos bairros e aprimorá-las”, disse.

Na medida em que os slides passavam e os dados eram exibidos pelo economista, ficou evidente que o desenvolvimento urbano metropolitano do Rio de Janeiro promove a manutenção das desigualdades no território e beneficia, sempre em maior grau, as áreas historicamente privilegiadas pelos investimentos públicos e privados. “Neste sentido a segregação socioespacial se reproduz e nega o direito e o acesso à cidade para grande parte da população fluminense” afirma Vitor.

A próxima atividade do Seminário acontecerá no dia 28 de fevereiro, no mesmo local e horário. Eliana Souza, diretora da Redes da Maré, irá discutir “O direito à segurança pública em territórios populares”.

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