Nada de nós sem nós!

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Texto por
Comunicação Casa
Data
3 de junho de 2022

por Daniel Pereira de Oliveira*, Gabriele Neves** e Maria Eduarda Gomes da Silva***

Nós, Duda, Daniel, Gabriele, alunas e alunos de um pré-vestibular social que oferece educação, cultura e cuidados com a saúde no Jacarezinho — lugar que foi marcado por desastrosas operações promovidas pelo Estado do Rio de Janeiro — tivemos um sábado de Esperança.

Na contramão da ausência de políticas públicas com ações afirmativas no território do Jacarezinho, o NICA- Núcleo Independente e Comunitário de Aprendizagem acontece embasado no espírito de coletividade de jovens voluntários que se debruçam na missão de inserirem outros tantos jovens e adultos pobres e pretos nas universidades públicas e privadas.

Atualmente, a partir da persistência em ocupar um lugar de vulnerabilidade social com ações positivas e promover resultados com aprovações ao longo dos 3 anos de existência, o NICA integra o projeto do Juventude Popular na Universidade, realizado pela Casa Fluminense. Nesse marco importante do projeto, fomos convidados a participar do Fórum Rio 2022 que aconteceu no Museu de Arte do Rio – MAR.

Para nós, visitar o MAR pela primeira vez foi maravilhoso desde a entrada, com a exposição “Jamais fomos Modernos”, do Festival de Artes de Imbariê – FAIM. Foi impactante poder circular pelos ambientes e curtir aquela vista antes de iniciar as mesas, uma sensação de liberdade e empoderamento que aquele espaço nos traz.

No auditório, primeiro tivemos um momento que denominamos de Esperança. Vimos vários jovens como nós buscando melhorias para regiões que, por muitos anos, foram negligenciadas. As propostas vistas em forma de agendas locais para seus bairros e municípios foram sensacionais, em destaque especial para as agendas direcionadas às cidades da Baixada Fluminense. E o mais comovente foi ver que estavam todos orgulhosos desse projeto. Que orgulho mesmo!

Em seguida ocorreu o painel “Justiça econômica, geração e transferência de renda”, que ficou marcado pela figura da jornalista Flávia Oliveira. Ela acalenta o nosso coração por tudo que representa a sua trajetória, existência e resistência, personificadas para nós.

Essa mesa sobre justiça econômica também foi composta por mais dois convidados importantes, o professor Joilson Cabral e o secretário de cultura, Marcus Faustini. Foi excelente para refletirmos sobre a importância da mulher na geração e sustentação da renda familiar e entender um pouco como a economia doméstica é fundamental para o desenvolvimento da macroeconomia, mesmo sem ter muito conhecimento sobre Ciências Econômicas. Foi um debate rico, objetivo e com uma linguagem que atendeu aos jovens, em maioria na plateia.

Foi um dia incrível! Toda sua configuração foi impecável!

O aprendizado ali transpassou o auditório, de modo a provocar em nós a felicidade em compartilhar as falas, os conhecimento e a energia ali capturadas. Porque vimos ali o desejo de oportunizar favelados a ocupar um espaço de múltiplas experiências tendo o seu protagonismo reforçado, não sendo mero coadjuvante do processo escrito por quem não vive a nossa realidade. 

Sentimos mais uma vez esperança, em poder refletir acerca da realidade que assola o nosso Rio de Janeiro e contemplar as múltiplas possibilidades de transformação. Esperança do verbo “esperançar”.

* Daniel Pereira de Oliveira tem 19 anos e quero ser designer.

** Gabriele Neves tem 24 anos, gosta de planejar ações e quer ser administradora.

*** Maria Eduarda Gomes da Silva, mais conhecida como Duda, tem 17 anos e quer ser contadora.

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