Na busca do merecido descanso que a classe trabalhadora deveria ter

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Comunicação Casa
Data
2 de maio de 2023

Por Gláucia Nascimento*

Diante de notícias de trabalhadores apanhando com guia de coleira de cachorro recorde de resgate de pessoas em condições degradantes de trabalho, o primeiro de maio não representa descanso – o merecido descanso que a classe trabalhadora deveria ter. Trata-se de um momento de respirar fundo e ir para às ruas, reivindicando condições dignas de trabalho, assim como nas manifestações ocorridas em 1886 que ensejaram esta data.

Nesta data, nos deparamos com uma realidade de intenso e significativo processo de informalização e precarização da classe trabalhadora. Com a falsa ilusão de autonomia e independência, o termo “empreendedorismo” é regado de romantismo, tentando projetar que a culpa do sucesso ou insucesso depende apenas de você, nos defrontamos com trabalhadores informais invisibilizados, sem proteção do Estado e de legislação específica. Não por acaso, os trabalhadores informais foram os que ficaram mais expostos durante a pandemia do Covid-19.

Em resposta ao cenário de retrocesso existente no mundo do trabalho, nasceu o Movimento dos Trabalhadores Sem Direitos, tendo como proposta lutar pelos direitos dos trabalhadores informais. Completando um ano de lançamento, o Movimento dos Trabalhadores de Direito, que busca organizar ambulantes, costureiras, diaristas, manicures, trabalhadores de apps, da construção civil e demais pessoas que sobrevivem com serviços informais, tem como objetivo lutar por melhores condições de trabalho, realizando manifestações, diálogos, debates … organizando a luta!

Severino Souto Alves, coordenador do movimento, diz que : “As realidades a que estão submetidas as pessoas que estão na informalidade são de precarização, ausência de direitos previdenciários e de garantias mínimas de renda”. Por direitos e respeito a todos os trabalhadores informais, o Movimento Trabalhadores Sem Direitos se apresenta como instrumento indispensável para alcançarmos as condições de trabalho digna e tudo que pertence aos trabalhadores, para que então possamos ter motivos para celebrar o primeiro de maio.

*Gláucia Nascimento é mãe, advogada preta, coordenadora nacional do MTST( Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e Secretária-geral da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB-RJ.

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