Democratizar a informação e incentivar a participação das pessoas no processo eleitoral. Esse foi o tema da plenária final do 11º Fórum Rio em São Gonçalo, ponto alto do evento em que ocorreu o lançamento da Agenda Rio 2030 e da plataforma Rio por Inteiro, duas ferramentas que, respectivamente, apresentam uma visão de futuro para a metrópole fluminense e fomentam a participação social nas eleições 2018.
Para Henrique Silveira, Coord. Executivo da Casa Fluminense, com elas estamos avançando para um importante momento no Rio de Janeiro e no Brasil que é o de unir a sociedade civil em torno de soluções que passam pela inovação tecnológica a serviço da cidadania. “Ampliamos nossa cidadania metropolitana e a percepção da urgência para ações conjuntas de garantia de direitos. É tempo de celebrar o passo dessa construção e de seguir atento e forte. Colaboração, solidariedade e generosidade são valores fundamentais para a atuação conjunta da sociedade civil no próximo ciclo político do Rio/Brasil. Não será fácil, mas juntos nossas chances são maiores”, explicou.
A tecnologia utilizada na plataforma Rio Por Inteiro é inovadora e ainda inédita no Brasil, como explicou Ana Carolina. “A metodologia Vota Inteligente já foi utilizada no Chile em 2017 e com ela foi possível ampliar a abertura do jogo eleitoral, pois até então vinham encastelados os debates para a democracia. Após o engajamento com essa ferramenta foi possível socializar a informação, é uma possibilidade de os candidatos responderem de verdade às demandas da população”, disse.
Outro convidado para a plenária final do evento foi Adauri Souza, do Instituto Baía de Guanabara, que lembrou a importância de se ter saneamento básico como meta número um para a justiça social. “Para diminuir as desigualdades sociais em nossa metrópole é preciso olhar para a Baía de Guanabara. Os municípios do entorno da Baía precisam manter um compromisso real de preservação de suas águas, a falta de saneamento gera doenças, gera violência e precarização geral da vida das pessoas. Uma plataforma é só uma ferramenta, mas torná-la instrumento de participação social é um caminho para que as políticas públicas sejam políticas de estado e não de governo”.
Convocando o público para a coletividade do agir, Fabbi Silva chamou atenção para seu território de origem, o Parque das Missões – Duque de Caxias. “Somos uma comunidade que precisa lidar com a invisibilidade constante. Embora estejamos localizadas em um território que mais arrecada em todo o Estado, ao mesmo tempo é o que menos recebe investimento público. A maior parte das meninas portadoras de HIV em Duque de Caxias são do Parque das Missões. Esse problema não é só nosso. É de todos nós. O problema de Jardim Gramacho não é só das pessoas que lá vivem, é de todos nós”, afirmou ela que coordena projeto social no território focado em incentivar a leitura por meio da educação básica de crianças e jovens.
Seguindo a mesma linha do chamado anterior, Átila Roque, da Fundação FORD no Brasil, disse que a realização do Fórum em São Gonçalo foi um feito coletivo, algo com grande potencial de mudança. “O que vejo acontecer diante de mim tem um potencial revolucionário enorme, precisamos reconhecer que a crise que vivemos não é uma exclusividade do Rio de Janeiro (fluminenses e cariocas), o mundo inteiro está em uma transição difícil e não é de agora. Estamos diante de uma grave crise da água, a questão climática é preocupante, existe a crise de confiança no Estado e há também a crise de representatividade política que nos impede de ter um pensamento mais unificador e de reação da sociedade civil perante as decisões políticas”, afirmou.
De acordo com ele, existe uma falência da ordem mundial que se arrasta desde o pós-guerra, foram momentos fascistas da história que deixaram seu legado de morte e de ódio. “Após o 11 de setembro isso tudo se agravou ainda mais, acelerou-se o preconceito, a intolerância e agora vemos ser propagada a lógica de guerra e o racismo. É preciso nos reconhecer como cidadãos do mundo pois tudo está interligado, o planeta é um só”, completou Átila se lembrando da frase de Marielle Franco “Eu sou porque nós somos”.
Para concluir, ele declara: “A política de cotas para negros foi pioneira na UERJ, isso mudou a cara da universidade pública no Brasil. Falar de machismo e de racismo gera muito desconforto hoje em nossa sociedade. Não devemos temer esse desconforto. Precisamos trazer novas vozes para o espaço público”.
Além dos convidados Átila Roque (Fundação Ford), Fabbi Silva (Associação Apadrinhe Um Sorriso), Ana Carolina Lourenço (Fundação Cidadania Inteligente), Adauri Souza (Instituto Baía de Guanabara) e dos anfitriões da Casa Fluminense Henrique Silveira e Vitor Mihessen, a plenária ainda contou com a participação de diversos atores da rede de parceiros da sociedade civil que deram suas contribuições ao debate, assumindo o compromisso de ampliar o alcance da plataforma, difundindo-a e cadastrando suas propostas.
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