A Região Metropolitana do Rio vive imersa em algumas contradições. Cercada por um cinturão verde e de frente para o mar, os aspectos ambientais, positivos e negativos, distribuem-se de maneira muito desigual pelo seu espaço. Bairros mais ricos, onde moram os tomadores de decisão, gozam de muitos parques, áreas verdes e locais de lazer.
Não muito distante, a Zona Norte é uma das mais impactadas pela escassez de áreas verdes e pela poluição do ar causada pelas emissões das rodovias. Enquanto apenas 30% dos habitantes de São João de Meriti moram em ruas arborizadas, em Niterói esse número sobe para 78%, segundo os dados do último Censo/IBGE.
Mas a cidade partida, além das desigualdades territoriais, é preciso lembrar, também tem cor e gênero, faixa etária e orientação sexual. Tem mobilidade reduzida, tem falta de acessibilidade, em todos os espectros da palavra. Desenhar políticas urbanas e sociais plurais, que não considerem esses fatores elementos secundários ou subordinados, e, portanto, não homogenizem indivíduos é fundamental para a execução da boa política pública.
Iluminar as desigualdades raciais e de gênero é primordial na luta por uma cidade democrática: um lugar onde a diversidade se constitua não como sinônimo da desigualdade, mas como ativo de sua vitalidade. Por mais representatividade política e por um lugar onde o direito à cidade se realize para todas pessoas, com a ampliação máxima das possibilidades do viver e conviver.
A Agenda Rio 2030 propõe: a criação de mais parques públicos e a manutenção dos já existentes, abolir práticas machistas e racistas no desenho de cidade e o fortalecimento de centros de referências para a promoção da cidadania, entre outros.