Um grupo de jovens lideranças da Baixada Fluminense está transformando a forma como a memória e a história de Nova Iguaçu são contadas. O Observatório Y-guassú surge como uma iniciativa voltada para a valorização da história e o fortalecimento do pertencimento ao território. O projeto foi criado pelos jovens a partir do Curso de Políticas Públicas da Casa Fluminense, e tem como missão promover ações comprometidas com o futuro da cidade, a partir do resgate da memória ancestral iguaçuana e da construção de uma rede de lideranças local.
O Y-guassú foi uma das iniciativas selecionadas pelo Edital Agenda Rio 2030 do Fundo Casa Fluminense. A partir do apoio, o projeto promoveu uma série de encontros voltados para a análise de dados e da história local. Construído por sete integrantes, todos iguaçuanos, eles iniciaram suas atividades com uma imersão na Cabana do Vulcão, localizada na Serra do Vulcão em Nova Iguaçu.
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A principal ação realizada pelo projeto a partir do Edital foi a elaboração da cartilha “Nossa Y-guassú”. O material apresenta a historiografia social de Nova Iguaçu, ressaltando marcos históricos, dados sobre justiça racial, de gênero, econômica e climática, e relatos de lideranças comunitárias que participaram dos Encontros de Lideranças realizados pelo Observatório. O evento de lançamento foi realizado na Federação do Movimento das Associações de Bairros de Nova Iguaçu (MAB), e contou com apresentação artística, mesa de debate e a presença de moradores e lideranças do território.
Johari Silva, coordenadora geral do Observatório, é uma jovem iguaçuana que acredita na força da memória e do pertencimento territorial como ferramenta de transformação política. “A gente realizou uma pesquisa de historiografia social, onde contamos a história de Nova Iguaçu para além dos dourados laranjeiros citados no nosso hino. Para fazer com que a população de Nova Iguaçu olhe para o seu território com mais carinho e a gente utilizou os rios como a principal narrativa para contar essa história”, explica a coordenadora.
A cartilha representa um passo importante para a projeção de futuro do território, ressaltando a memória como um direito e uma ferramenta de luta por políticas públicas. “Estamos indo aos secretários municipais e aos gestores públicos para que a gente possa apresentar esse material e juntos mostrar qual é a Nova Iguaçu que a gente quer para o futuro”, compartilha Johari.
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Esse foi o primeiro passo dado por um grupo de jovens que tem como próxima meta construir a Agenda Nova Iguaçu 2030, somando nas 18 agendas locais publicadas com apoio da Casa Fluminense. O Observatório Y-guassú iniciou suas atividades em 2024 e finalizou o ano consolidando seu compromisso com o futuro do seu território e a formação de redes de lideranças iguaçuanas. Esse é só o início de uma história de fortalecimento, protagonismo e pertencimento, que tem caminhado em direção a um futuro onde suas histórias e saberes sejam reconhecidos e valorizados.