Gerar oportunidades de formação e renda para as transvestigêneres foi o que motivou o Instituto Trans Maré a escrever o projeto do curso de esmalteria no Fundo Casa este ano. Selecionadas em seu primeiro edital de apoio, as aprendizes e integrantes do Trans Maré conheceram técnicas básicas e mais elaboradas para atuarem como manicures na região. As aulas foram realizadas na Vila do João, uma das 17 comunidades que compõem o conjunto de favelas da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Conheça o instituto em três pontos:
1- Atuação de formação
Uma vez por semana, seis integrantes do Trans Maré selecionadas para serem aprendizes de manicure frequentavam as aulas com alimentação no local, fornecimento de materiais para o curso, auxílio passagem e ajuda de custo para permanência no curso. Ao final do processo foi realizada uma cerimônia de formatura para celebração e distribuição de certificados e brindes, que contou com o apoio do Grupo TransRevolução — conhecido pelo projeto Casa Nem.
2 – Conversa com território
O Curso de Esmalteria do Instituto Trans Maré foi inspiração para outros movimentos do território e por isso três novas parcerias surgiram no decorrer da formação, com o Núcleo de Mães da Maré, a Associação de Moradores da Vila do João e a Resistência Lésbica da Maré. As novas pontes possibilitaram a distribuição de cestas básicas para as integrantes do Instituto, que buscam no futuro replicar o curso formativo para outros grupos. Outro horizonte futuro é montar o salão do Instituto Trans Maré para geração de renda e organizar mais cursos de formação estética nas áreas de maquiagem, trança e design de sobrancelhas.
3 – Efeito Trans Maré
Além de seu espaço formativo para transvestigêneres, o Instituto Trans Maré busca ser lugar de acolhimento para as suas integrantes. Com o apoio do Fundo Casa, foi possível garantir o aluguel do espaço para realização de encontros regulares para troca de vivências e necessidades pessoais. As reuniões têm produzido uma atmosfera de segurança necessária para a escuta e apoio em um contexto de violência transfóbica e ausência de políticas públicas. A professora do curso de esmalteria e líder do projeto, Lohana Carla, fala sobre a necessidade da organização ser acolhida e fazer parte.
“Com o projeto, nosso grupo passou a ocupar um espaço dentro da favela e isso fez com que nós fossemos percebidas pela população enquanto coletivo. As reuniões antes do projeto aconteciam na minha casa, agora o grupo se reúne tanto para o curso de esmalteria quanto para distribuição das cestas básicas, que acontece na rua principal da Vila do Pinheiro”, relata a líder do projeto, Lohana Carla.
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