FAIM costurando nas ruas de Imbariê os artistas locais

Texto por
Luize Sampaio
Data
2 de dezembro de 2021

O Festival de Artes em Imbariê chega este ano a sua quarta edição, a iniciativa tem se consolidado como uma atração cultural da Baixada que aproxima artistas e moradores da região. Fundada no terceiro distrito de Caxias, em Imbariê, o festival acontece sempre durante o novembro negro e buscar não só divulgar artistas locais mas também fomentar a cultura através de oficinas, exposições e diálogos. Este ano o FAIM aconteceu de forma online através de lives, o tema da edição foi “Costuras”. A ideia era bordar no tecido das ruas de Imbariê a reflexão do geógrafo Milton Santos: é na periferia que a vida se renova. Entenda o festival em três pontos:

1- Atuação no “Costuras”

Partindo da ideia de que toda linha é um acontecimento, o FAIM chegou em 2021 propondo uma costura, uma união entre as linhas e as pessoas que as traçam.  Através da arte, o FAIM quer bordar as palavras, sons, sensibilidades e ideias que rondam as ruas e vozes de Imbariê. Para ajudar nessa linha, uma das convidadas especiais desta edição foi a artista Rosana Paulino que nas suas obras provoca a costura entre memória e a história, tendo como principal tecido vidas negras. 

Aplicação de uma das obras da exposição Costuras, tema da edição do FAIM Festival em 2021. Foto: Paulo Oliveira

2-  Conversa com território 

O FAIM não é um festival de um dia, a construção busca ser plural e também acessível para a população. Para estimular esse contato com a arte, o grupo oferece oficinas e cursos de arte para as escolas públicas de Imbariê. Durante a pandemia, o coletivo também se mobilizou na doação de materiais de limpeza e cestas básicas. O coordenador e fundador do festival, Osmar Paulino, falou que um dos objetivos desse ano era a distribuição de renda. 

Grupo se reuniu para mutirão de colagem de lambes pelo bairro. Foto: Paulo Oliveira

“É importante a gente frisar que cultura é também uma forma de fazer a circulação de renda. Pelo menos 70% do dinheiro que recebemos do Fundo Casa foi investido no pagamento dos profissionais técnicos e dos artistas que participaram do FAIM. Essa porcentagem ficou toda na economia e no bolso das pessoas do bairro.”, afirmou Paulino. 

3- Efeito FAIM 

Nos últimos dois anos o FAIM precisou se adaptar a pandemia, o que levou os produtores a criarem uma nova forma de se expressar. No ano passado eles inovaram ao trazer as artes dos artistas nos muros dos moradores do 3° Distrito, isso possibilitou mais um fio dessa costura entre o bairro e os novos artistas que residem pelas redondezas. O sucesso dessa junção foi usado também este ano. O FAIM Festival encerrou a edição de 2021 com mais de 33 mil acessos nos conteúdos online fora outros 33 mil olhares pelas ruas dos moradores que residem no bairro. 

Conversa com os moradores sobre a exposição Costuras após aplicação do lambe. Foto: Paulo Oliveira

Acompanhe o FAIM nas redes:

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