Aberto, gratuito e aglutinador, conheça Festival de Música e Cultura de rua de Bangu

Texto por
Luize Sampaio
Data
23 de novembro de 2022

Ocupar as praças e criar novas possibilidades de cultura para o seu território foi o que moveu a criação do  Festival de Música e Cultura de Rua de Bangu em 2013. Um grupo de artistas do próprio bairro se articulou para fomentar e divulgar novos atores culturais da região. Eles então passaram a ocupar dois pontos: a popular Praça Guilherme da Silveira  e a Areninha Carioca Hermeto Pascoal, onde realizaram no início deste mês, a décima oitava edição do festival. Prestes a completar dez anos de história, o Festival hoje acontece com o apoio local, dos moradores, dos artistas, do comércio e até do poder público que passou a ver a potencialidade da economia criativa. 

A mais recente edição do Festival de Música e Cultura de Rua de Bangu apoiada pelo Fundo Casa Fluminense em 2022 na Areninha Hermeto Pascoal. Foto: Mayara Donaria

O idealizador do festival, Thiago Mathias, contou sobre como as intervenções culturais provocaram uma mudança na mentalidade das pessoas do território.

“Quando a gente se predispõe a vir para a rua, temos que estar prontos para o que der e vier. Estamos aqui oferecendo uma opção de cultura que muitos moradores não estão nem acostumados a ter de forma gratuita. Às vezes vamos com uma expectativa baixa achando que algumas pessoas podem desgostar das atrações por conta do nosso posicionamento, mas a receptividade é sempre para além da nossa expectativa. Você vê famílias fazendo piquenique e curtindo o festival, pessoas que chegam até a gente para agradecer e pedir mais. A economia local do território hoje também abraça o festival, entende a potência da nossa ocupação e movimentação no bairro” , explicou o poeta e ativista cultural.

Além das atrações no palco, o Festival de Música e Cultura de Rua de Bangu conta também com feira de exposição de artistas e empreendedores locais. Foto: Mayara Donaria

A bandeira da cultura está fincada em Bangu

“Ocupar praça ou qualquer espaço público é um ato político, nunca deixa de ser. Queremos que as pessoas entendam o poder transformador que a cultura tem, ela instiga a população. O festival finca a bandeira no território quando ele se predispõe a ser um instrumento para a gente fomentar os talentos da zona oeste” 

Em diálogo com Novembro Negro e o dia da consciência negra, a edição contou com diversos artistas que exaltaram a cultura e ancestralidade negra da Zona Oeste. Foto: Mayara Donaria

Além das atividades e intervenções culturais que realizam, o Festival também desenvolve o projeto EducaZO que atua no fomento, valorização e capacitação de artistas e produtores dos bairros vizinhos. São oferecidas oficinas de grafite, capoeira, escrita de projeto entre outras. A música também recebe um tratamento à parte com a iniciativa Oeste Jazz.

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