Para trabalhar o tema da mobilidade urbana na escala da Região Metropolitana do Rio, é necessário entendermos que a má distribuição dos postos de trabalho e dos equipamentos e serviços públicos e privados é elemento tão determinante quanto a melhoria do sistema de transporte em operação.
O Rio de Janeiro é a metrópole onde as pessoas mais passam horas no trajeto casa-trabalho no país. Mais de 26% dos trabalhadores ultrapassam os 60 minutos no deslocamento, antes de começarem, de fato, seu expediente. Outro dado impactante é que no Rio o peso da tarifa do transporte público no salário mínimo é um dos maiores do Brasil, comprometendo um quinto da renda, segundo cálculos da ANTP, acessados no Mobilidados/ITDP.
Há 5 anos, o aumento do preço das passagens de ônibus foi o mote das manifestações que desencadearam uma série de consequências para o país. Hoje, bandeiras como o valor e a transparência das tarifas seguem em pauta. Em 2013 o país havia completado um ano de vigência da Política Nacional de Mobilidade Urbana e em 2015 colocou o transporte como direito social básico na sua Constituição Federal.
São avanços importantes que precisam atingir a todos, já que são meios para garantir o acesso a direitos, acesso à cidade. Precisamos de mais caminhos e mais soluções, com transparência e com participação de quem perde, em média, 30 dias por ano nas maltratadas ferrovias, rodovias, hidrovias e ciclovias da metrópole fluminense.
A Agenda Rio 2030 propõe: a urgência de uma licitação para o Bilhete Único, com mais transparência nas tarifas, além de cobrar por qualidade e segurança nos trens metropolitanos e maior integração dos diferentes modais, entre outros.