Na sexta-feira (28/08) o Rio de Janeiro amanheceu com a notícia de que o governador do estado, Wilson Witzel, foi afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A determinação judicial coincidiu com o encerramento da Formação Giro 2020 que busca exatamente uma renovação política para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
O atual cenário de crise política do Rio foi um dos temas de reflexão do evento, a coordenadora da Fundação Cidadania Inteligente no Brasil, Maria Luiza Freire, falou sobre a importância de pensar o futuro olhando para esse presente.
“O cenário de hoje reafirma e aprofunda esse baixo nível de confiança que a população passou a ter nas candidaturas. Nós, que estamos nesse campo de defesa da democracia, temos que avançar dentro do debate da justiça. As eleições são o lugar de repensar esse espaços políticos para girar o futuro das cidades. Essa construção depende de um alinhamento de pautas prioritárias entre a sociedade civil com as candidaturas”, explicou Maria Luiza.
O percurso formativo do GIRO 2020 é uma parceira entre a Casa Fluminense e a Fundação Cidadania Inteligente, que reuniram um grupo de 75 pré-candidaturas comprometidas com a redução da desigualdade na Região Metropolitana do Rio. Na seleção foram priorizados os perfis de pessoas negras, mulheres, LGBT+ e moradores de favela e periferia.
O encerramento do curso reuniu 55 das pré-candidaturas selecionadas. O evento contou também com a presença dos deputados estaduais Mônica Francisco e Renan Ferreirinha, que em 2018 interagiram e assumiram compromissos com o Movimento Rio Por Inteiro. Ambos parlamentares estão vivenciando seu primeiro mandato e contaram ao grupo como foi o processo da campanha de eleição.
Ferreirinha é um dos parlamentares mais jovens da política fluminense e afirmou que um dos seus maiores aprendizados foi a importância da coletividade.
“É impossível fazer uma candidatura competitiva se você não busca agir em conjunto, mesmo quando existem divergências. O parlamento é um lugar de debate e a política precisa ter espaço para diversidade de ideias, mas isso também não significa endossar discursos de ódio ou autoritários”, alertou o deputado.
A deputada Mônica Francisco ressaltou a questão da diversidade de candidaturas como uma forma de conduzir a política para um debate mais realista com a vivência da população.
“A eleição é uma disputa, não só entre nós mas, principalmente, contra um projeto falido que está exposto hoje. Ocupar para transformar foi o lema da nossa candidatura. Não dá mais para fazer política sem nós, sem diversidade da população e suas trajetórias”, ressaltou a parlamentar.
A troca de experiências e até de anseios de fazer a campanha eleitoral em meio a pandemia marcaram o encerramento da Formação GIRO 2020. O coordenador executivo da Casa Fluminense, Henrique Silveira, reafirmou o compromisso da organização de atuar cada vez mais próximo dos atores políticos responsáveis pelas mudanças almejadas. A ideia é que a Casa opere de forma mais estratégica na cooperação entre parlamento e sociedade civil para o monitoramento das políticas públicas no próximo ciclo.
“Esse ano a gente deu um passo à frente buscando uma relação mais próxima com o espaço das candidaturas. Entendemos que as eleições deste ano são estratégicas para se pensar em uma renovação mais profunda da vida política da região metropolitana do Rio. A gente precisa de uma geração de novas lideranças, com atenção no urgente, mas também com um olhar de médio e longo prazo”, afirmou Silveira.
O próximo passo desse giro na política do Rio é a formação de Lab Giro Lideranças. A Casa Fluminense e a Fundação Cidadania Inteligente abriram inscrições para outro curso, agora voltado para lideranças sociais locais. O Lab é gratuito, inédito e será realizado em uma plataforma online com espaço de debate virtual, além das oficinas especiais. As inscrições vão até o dia 8 de setembro e resultado será divulgado no dia 11.
Para mais informações, acesse: giro2020.org