As atividades do Seminário de Desenvolvimento Local de Senador Camará se encerraram neste sábado, 7 de março, no Colégio Estadual Stuart Edgar Angel Jones, com a oficina de Guilherme Pimentel, do Meu Rio, sobre participação e mobilização social. A proposta da atividade era lançar uma campanha na Panela de Pressão, ferramenta do Meu Rio de envio massivo de emails para os tomadores de decisão, que sistematizasse uma demanda da região.
Com auditório cheio, moradores discutiram os principais problemas de Senador Camará e elegeram como tema da campanha a construção de uma obra de controle de enchentes na Selva de Pedra. Saneamento básico, habitação e segurança pública foram assuntos pautados, mas os presentes escolheram a obra de controle de enchente como prioridade.
As inundações frequentes na área prejudicam as atividades dos moradores, que ficam impossibilitados de se deslocarem para outros lugares e de trabalharem. Seguindo a mesma lógica, as crianças também não conseguem ir para escola e ficam vulneráveis às doenças de pele e respiratórias.
A dinâmica empolgou os presentes ao seminário diante da eficácia da Panela de Pressão, que já ajudou a conquistar, entre outros, a construção de uma delegacia de desaparecidos e impedimento da demolição da escola Friedenreich.
Divididos em duas equipes, um grupo foi responsável pela elaboração do texto sobre a obra de controle de enchente, enquanto o outro articulou estratégias de divulgação e de mobilização em rede.
O texto ainda está sendo construído pelos participantes do seminário e em breve já estará disponível no site oficial do Meu Rio.
Segurança como direito básico
O direito à segurança pública em territórios populares foi tema da palestra de Eliana Souza, diretora da Redes da Maré, no dia 28 de fevereiro. A atividade integrou a programação do seminário de desenvolvimento local em Senador Camará.
A principal proposta da oficina era transmitir a ideia da segurança como direito básico e imprescindível. “Quero que vocês saiam daqui com a consciência de que segurança é um direito, assim como educação, saúde e moradia”, disse Eliana.
A partir da sua experiência como moradora da Maré e da sua atuação dentro da comunidade, Eliana defende que a segurança é um processo em construção na região metropolitana do Rio. “Segurança é um direito que ainda precisa ser formado e consolidado”, afirmou.
A naturalização da violência policial e a violação dos direitos dos moradores também foram temas que nortearam a oficina da ativista. Segundo ela, essas ações precisam ser denunciadas. São necessários mobilização e monitoramento das políticas públicas.
Para Luiz Fernando, morador de Senador Camará e produtor cultural, os jovens da região precisam se mobilizar mais diante dos abusos cometidos pelo Estado. “Os jovens são a potência do território e devem se articular para tentar mudar alguma coisa”, afirmou.
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