9º Fórum Rio: São João do Meriti recebe lideranças sociais para debater os rumos da metrópole

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Comunicação Casa
Data
13 de junho de 2017

Com o objetivo de estimular o debate e o surgimento de propostas coletivas de políticas públicas entre os múltiplos atores sociais da metrópole, a Casa Fluminense realizou no último sábado (10/06) o 9º Fórum Rio, em parceria com a primeira edição do Virada Sustentável Rio 2017, articulando movimentos, organizações e representantes do poder público em São João do Meriti para um dia inteiro de debates e rodas de conversa. Os temas versaram sobre a nova agenda urbana e as metas globais com vistas à promoção do desenvolvimento sustentável — presentes nos 17 ODS das Nações Unidas, principalmente segurança pública, mobilidade urbana, resíduos sólidos e saneamento básico, áreas de conservação e parques públicos, cultura de monitoramento da sociedade civil e de empreendedorismo social. O evento contou também com uma Feira de Integração onde foram convidados expositores com artesanatos e produtos orgânicos.

Logo na abertura Henrique Silveira, coordenador executivo da Casa Fluminense, lembrou que devemos olhar o Rio de Janeiro com uma visão metropolitana, pois nela está concentrada uma das regiões mais adensadas do país, reunindo 70% da população do estado. Ele abordou o cenário de crise, o aumento da violência e os desafios que temos hoje para estabelecer políticas menos desiguais em defesa do direito à vida. Henrique salientou a importância da cultura de monitoramento para ter transparência e controle social da gestão pública. A mesa foi composta ainda por Waldeck Carneiro, deputado estadual (PT-RJ); Ruth Jurberg, secretária de Captação de Recursos, Urbanismo e Habitação do município de São João do Meriti; Renata Neder, assessora de Direitos Humanos da Anistia Internacional e Douglas Almeida, representante do Fórum Grita Baixada.

Renata lembrou os dados recentemente divulgados pelo IPEA que apontam os recordes de violência com mais de 1 milhão de vítimas de homicídios no estado, onde a violência é claramente seletiva, vitimando principalmente jovens negros e periféricos. “É preciso criar políticas afirmativas para a juventude negra e tratar de diminuir o armamento da sociedade e do estado. Precisamos de uma Polícia Militar mais humana e melhor treinada pois o que estamos vivendo é muito grave, é uma política de execução como política de segurança pública”, disse Neder.

Público presente na mesa de abertura do 9º Fórum Rio

Público presente na mesa de abertura do 9º Fórum Rio

 

Para Douglas Almeida, a nossa realidade desigual é o cenário que gera a violência, ela se fortalece com os problemas sociais acirrados ainda mais com as políticas neoliberais em curso no Brasil atual. “A total escassez é uma realidade desoladora e esse espaço de construção coletiva do Fórum Rio gera consciência e tem potência de mudança da realidade”, disse. Ele apontou a violação de direitos recorrentes com a população da Baixada, onde 35% da taxa de homicídios dolosos do estado do Rio ocorrem com a presença de 25% de toda a população. O parlamentar Waldeck Carneiro lembrou que “estamos vivendo uma era de conservadorismo que cria um pensamento alinhado ao ódio, o fomento à homofobia e à misoginia nas instâncias de poder são alguns exemplos”, alertou.

A visão de Ruth Jurberg corrobora com essa análise de que a desigualdade social, o desequilíbrio e a má estruturação são marcas históricas do Rio de Janeiro. Ela aponta para uma realidade dura vivida pela população mais pobre, que precisa se deslocar por longas distâncias e que sofrem uma violência cotidiana com a falta de infraestrutura, habitação adequada, acesso à saúde, educação, emprego e lazer. “São violências invisíveis aos olhos do poder público e da sociedade em geral, essas pessoas estão alijadas de seus direitos e isso é a base da violência urbana que nós conhecemos”, disse Ruth que afirmou ter um compromisso com o transporte integrado na cidade e que assinou convênio para a construção de uma ciclovia de 3 km que irá de São Mateus à Tomazinho, com promessa de abrir licitação em breve.

Confira agora o que foi debatido em cada Grupo de Discussão:

GD 1 – Valorização da vida e políticas de prevenção à violência

GD 2 – Mobilidade Urbana – Transparência, controle social, tarifa e passe livre

GD 3 – Parques Públicos e plano diretores: Como construir uma cidade para viver?

GD 4 – Resíduos Sólidos – Reabertura dos lixões e coleta seletiva

GD 5 – Cultura de Monitoramento: Como acompanhar o andamento das propostas apresentadas na Agenda Rio

GD 6 – Privatização da CEDAE, contratos municipais de água & esgoto e regulação do sistema de saneamento básico

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