O município de São Gonçalo apresenta um dos piores índices no que se refere a saneamento básico no estado e até mesmo no país. Esse é o cenário apresentado pelo Ressuscita São Gonçalo na cartilha “ Saneamento pra quem? panorama do saneamento para a promoção da justiça climática”, segundo dados da pesquisa, 7 a cada 10 gonçalenses não recebem tratamento de esgoto. Para divulgar esse e outros dados entre a população, o Ressuscita produziu o “Circuito de Saneamento, da Nascente à Foz – organizado pelo Ressuscita São Gonçalo”, que rodou a cidade discutindo e apresentando a pesquisa para a população.
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A cartilha sobre o saneamento de São Gonçalo aborda os quatro eixos do saneamento: água, esgoto, drenagem urbana e resíduos sólidos. Com dados atualizados sobre a cidade de São Gonçalo, o material é todo desenhado para seguir os rios da cidade, iniciando na nascente da APA de Engenho do Dentro até a Praia das Pedrinha, ponto onde essa água encontra a Baía de Guanabara. Thais Matos, geógrafa e coordenadora do projeto Circuito de Saneamento, conta os objetivos do circuito.
“Os rios foram orientando os nossos debates e que locais decidimos passar com o circuito, percorremos diferentes bairros, ouvindo moradores, trazendo mais gente para o debate e nosso objetivo agora é elaborar uma carta de saneamento que vai ser entregue para o poder público agregando todas as pautas que coletamos durante ao longo das atividades”, resumiu Thais.
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Cria da favela do Gato em São Gonçalo, ela conhece de perto os problemas da cidade. A pesquisadora reforça a discrepância entre os dados oficiais e a realidade encontrada por moradores nas ruas da cidade. A transparência e dados divergentes são algumas das pautas que serão reunidas na carta que o coletivo está produzindo para enviar ao poder público. A partir da cartilha e das discussões feitas no circuito, o grupo agora se prepara para enviar uma carta à gestão atual da cidade com dados e reivindicações.
“O dado de coleta de lixo, por exemplo, segundo ele, 100% do lixo de São Gonçalo é coletado e é algo que não se vê na realidade. Eu e muitos outros moradores temos problemas de coleta. Essa falta de validação de alguns dados vão estar presentes na carta que vamos enviar ao poder público”, comentou Thais.
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O evento de encerramento do circuito contou com a presença de professores, pesquisadores e lideranças locais da cidade que debateram juntos o futuro de São Gonçalo, a preservação dos seus recursos ambientais e também as urgências que a população tem passado como as fortes enchentes, falta de saneamento básico, baixa coleta dos lixos e a poluição dos seus rios.
Cinco anos de monitoramento e incidência
O Ressuscita São Gonçalo trabalha com o resgate da autoestima territorial, o grupo é responsável pela Agenda São Gonçalo 2023 que traz uma série de propostas de mudanças para a cidade através de eixos como cultura, meio ambiente, transporte e educação. Além da agenda, o coletivo também já publicou uma cartilha voltada para a conscientização do voto nas eleições. Com o apoio do Fundo Casa, após 5 anos de existência, o coletivo conseguiu enfim se formalizar.