A Casa Fluminense convidou organizações da sociedade civil e coletivos da sua rede de parceiros para a reunião de co-criação da iniciativa Rio Por Inteiro + Oportunidades – Desigualdades, que pretende refletir o Rio de Janeiro de modo integrado, uma cidade metrópole e todos seus desafios e contradições. Ocorrida nesta terça (6/02), o encontro reuniu cerca de 60 pessoas e contou com a parceria da Fundação Cidadania Inteligente para fazer a facilitação. Durante todo o dia foram realizadas atividades que provocaram a reflexão sobre a cidade metropolitana integrada.
Segundo Henrique Silveira, coordenador executivo da Casa Fluminense, a ideia é que essa reflexão contribua para que cidadãos e organizações ampliem a compreensão sobre os desafios do Rio e atuem em conjunto na incidência e no monitoramento de políticas públicas na metrópole fluminense. “É preciso fortalecer a atuação da sociedade civil organizada em prol da defesa de direitos e de políticas públicas abrangentes e inclusivas, pensar em médio e longo prazo, em ações que visem a melhoria da qualidade de vida da população metropolitana que hoje está esquecida nas periferias, vivenciando uma rotina de violência, de falta de dignidade que se percebe na precarização do transporte público e na falta de acesso a serviços básicos”, disse.
Para Mariana Xavier, assistente social e coordenadora do pré-vestibular Santa Cruz, esta é uma oportunidade para construir uma rede sólida que já funciona como ponto de partida para a mudança dos rumos que a metrópole vivencia hoje. “Estou muito empolgada e otimista, a iniciativa é incrível e fiquei bastante contente quando recebi o contato para estar aqui hoje, assim eu posso entender melhor o trabalho da Casa Fluminense e sua articulação em rede. Só de conseguir juntar todas essas pessoas, indica uma diversidade enorme, mas com um objetivo comum e confiante que todos temos em unir esforços que renderão bons frutos em 2018”, disse ela.
O ano de 2018 é o momento estratégico para a sociedade civil convergir em temas comuns e por isso a iniciativa Rio Por Inteiro propõe a construção de um plano de ação para a atuação conjunta da Casa Fluminense e seus parceiros durante o debate público ao longo do ano, colocando a redução de desigualdades e a garantia de direitos como prioridade.
Fábio Muller, diretor executivo do CIEDS – Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável, comentou sobre a proposta geral da iniciativa Rio Por Inteiro ser uma combinação de remédios. “Sabemos que um remédio só não vai sanar todos os problemas da metrópole, precisamos fazer uma combinação de pontos de vista e territorializar as demandas comuns, pois a agenda da Zona Oeste não é a mesma que a da região da Leopoldina, dessa forma evitamos uma agenda muito difusa e criamos impacto coletivo, somos diversos e únicos, precisamos de todos engajados nessa proposta com metas realizáveis”, concluiu.
A implantação de políticas articuladas, capazes de reorganizar as finanças do Estado e ampliar oportunidades, é o passo necessário para garantir direitos e promover bem-estar para a população, sobretudo, para pessoas que vivem na periferia metropolitana. A iniciativa pretende articular um grupo formado por organizações, movimentos, coletivos e cidadãos para incidir e monitorar as políticas públicas com foco na implantação das pautas da iniciativa Rio por Inteiro. Em breve será lançada aqui no portal a Carta para Rio Inteiro, documento fruto da articulação desse dia que conterá uma visão de Rio mais integrado e menos desigual.
Participaram dessa reunião as seguintes organizações: ActionAid Brasil, Redes da Maré, CECIP, ISER, LEDUB / IPPUR / UFRJ, CEPIA, Igarapé, Santa Cruz Universitário, Portal de Queimados, RUA, Rede LatinoAmericana de Inovação Política, ILUMINA, APRENDIZ, FASE, Observatório Social, MPS, TETO, Rede Funk Social, Atados, Ação da Cidadania, IFRJ, Humanas Sustentável, Fórum Grita Baixada, Cidadania Inteligente, Quiprocó Filmes, CIEDS, SOS Jardim Gramacho, IBG, Apadrinhe um Sorriso e O BANDO.