No marco de comemoração dos 458 anos da cidade do Rio de Janeiro e a celebração dos 10 anos de caminhada, a Casa Fluminense lança o documentário “Rio, Negro”, dirigido pela Quiprocó Filmes e distribuído pela Pipa Pictures. A partir de uma perspectiva e falas afrocentradas, o filme revisita a história de formação da cidade carioca que já foi o maior porto de desembarque de africanos escravizados das Américas e explica como o enegrecimento da cidade contribuiu para mudança de capital do país. A estreia nacional do documentário ocorreu hoje (02/03) em três capitais: Rio de Janeiro, São Paulo e Aracaju.
O filme é um dos marcos para o ano de celebração dos 10 anos da Casa Fluminense, que na última década buscou dar protagonismo a reflexão sobre a formação da metrópole fluminense. A coordenadora executiva da Casa, Larissa Amorim, conta como filme é um braço nesse trabalho desenvolvido pela organização.
“Historicamente o Rio de Janeiro reflete pouco sobre si, está voltado demasiadamente para o debate nacional. Nos últimos dez anos, temos produzido pesquisas e agendas de propostas de políticas públicas para buscar contribuir para essa reflexão tão importante, mas um filme tem o potencial de alçar mais pessoas e comunicar uma mensagem tão fundamental de forma mais potente. Por isso, nos juntamos a Quiprocó nessa empreitada. No Rio Negro, acionamos história, memória e estética em reconhecimento de uma herança negra que precisa ser valorizada e preservada para posicionar o argumento racial no centro do debate sobre políticas públicas de igualdade e reparação”, resumiu a coordenadora.
Para iniciar a sessão de pré-estréia, o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO), fundado por Abdias Nascimento, recebeu a bandeira utilizada no filme.
O Rio de Janeiro foi o epicentro da chegada de mais de dois milhões de negros escravizados, se tornou assim a capital negra do país. O filme apresenta quais foram os impactos culturais, sociais, religiosos, econômicos e políticos que esse acontecimento causou no Rio.
Com as visões de quem vive e estuda, o longa traz pessoas que são memórias vivas e ancestrais desse impacto como o ator salgueirense Haroldo Costa, o ritmista Eryck Quirino e a ialorixá Mãe Meninazinha de Oxum. Tem a participação também de figuras que estudam e atuam no contemporâneo dessa história como a arquiteta e urbanista Tainá de Paula, o escritor Luiz Antonio Simas, o carnavalesco Leandro Vieira, a historiador Ynaê Lopes além dos pesquisadores Christian Lynch, Nielson Bezerra e Eduardo Possidonio, entre outros.
Confira o trailer:
Para celebrar o aniversário do Rio de Janeiro é preciso honrar o passado ancestral que, em meio a dor, ao sofrimento e a tortura, ainda se fez pulsar a vida nos tijolos, nos becos e vielas dessa cidade.
Com roteiro e direção de Fernando Sousa e Gabriel Barbosa, a pré-estreia do documentário reuniu coletivos e lideranças negras da metrópole fluminense no cinema Itaú Cultural. Na noite de terça-feira (28/02), jovens ativistas do movimento negro, matriarcas dessa luta e figuras políticas representativas desse povo lotaram as salas do cinema. A pré-estreia contou com a presença das deputadas estaduais, Renata Souza, Marina do MST e Dani Monteiro; da vereadora do Rio, Monica Cunha; da secretária de Meio Ambiente e Clima do Rio, Tainá de Paula; e da secretária da Mulher do Rio, Joyce Trindade.
Programação e horários de exibição – 02 a 08 de março de 2023
- Rio de Janeiro – Espaços Itaú de Cinemas Botafogo – Sala 3 – 13h20
- São Paulo – Espaços Itaú de Cinemas Frei Caneca – Sala 8 – 18h
- Aracaju – Cine Vitória – Sala 1 – Quinta-feira e Domingo – 16h35 e 15h