Reconhecida como um símbolo de resistência, a Ocupação Manoel Congo, localizada no centro do Rio, completou 14 anos este ano. O movimento transformou um antigo prédio do INSS abandonado em um espaço de habitação para 42 famílias. Recentemente, para manter os custos básicos do espaço, os moradores criaram o Tuia Café, um restaurante cultural dentro da ocupação. Entenda mais sobre a história desse movimento em três pontos:
1- Atuação com o Tuia Café
As famílias da ocupação são em sua maioria compostas por trabalhadores informais e aposentados que, se não tivessem dentro do movimento, não teriam condições de morar na região central do Rio, próximos a uma melhor estrutura de saúde, educação e oportunidades. A ideia do Tuia Café surgiu como uma alternativa de conseguir apoiar financeiramente essas famílias e baratear os custos do prédio. O espaço fica na sobreloja do prédio e serve diariamente almoço, com preço acessível, feito e servido pelos próprios moradores da ocupação. Além disso, o Tuia Café se tornou um ponto de encontro de movimentos sociais, lideranças políticas e também um espaço cultural.
2- Conversa com território
Localizado próximo a Câmara dos Vereadores da cidade e o Teatro Municipal, a Ocupação Manoel Congo se tornou um símbolo na luta por moradia. Coordenada pelo Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), as ações para ocupar o prédio iniciaram em 2008. O nome da ocupação surgiu em homenagem ao líder quilombola Manoel Congo, responsável pela maior rebelião de escravos do Vale da Paraíba Fluminense. Manoel liderou a libertação e resgate de centenas de africanos escravizados explorados nas fazendas de café da região.
3- Efeito Manoel Congo
O MNLM conseguiu um feito incomum no Rio de Janeiro: o apoio de recursos federais para uma ocupação. O edifício foi adquirido pelo Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) e reformado com verbas do programa Minha Casa Minha Vida Entidades para se tornar habitável para as famílias. Apesar da conquista, a moradora e liderança da ocupação, Maria de Lourde Lopes – conhecida como Lurdinha – alerta para a necessidade de mais espaços como esse. “A nossa ocupação aqui no centro é muito simbólica, mas ela sozinha não resolve os milhões de excluídos espalhados no centro e na periferia”, explicou Lurdinha.
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