O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) lançaram nesta segunda-feira (5/06) o mais recente Atlas da Violência com dados sobre os índices de homicídios no país entre 2005 e 2015 e detalha os dados por regiões, Unidades da Federação e municípios com mais de 100 mil habitantes.
Os estados que apresentaram crescimento superior a 100% nas taxas de homicídio no período analisado estão localizados nas regiões Norte e Nordeste. O destaque é o Rio Grande do Norte, com um crescimento de 232%. Em 2005, a taxa de homicídios no estado era de 13,5 para cada 100 mil habitantes. Em 2015, esse número passou para 44,9. Em seguida estão Sergipe (134,7%) e Maranhão (130,5). Pernambuco e Espírito Santo, por sua vez, reduziram a taxa de homicídios em 20% e 21,5%, respectivamente. Porém, as reduções mais significativas ficaram em estados do Sudeste: em São Paulo, a taxa caiu 44,3% (de 21,9 para 12,2), e, no Rio de Janeiro, 36,4% (de 48,2 para 30,6).
No período da pesquisa, mais de 318 mil jovens foram assassinados no Brasil. Fator alarmante é que são os jovens negros as principais vítimas de violência no país. A cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. Os estados que mais registraram homicídios decorrentes de intervenção policial em 2015 foram Rio de Janeiro (281), São Paulo (277) e Bahia (225).
Entre as mulheres, foram assassinadas 4.621 mulheres em 2015, ou seja, 4,5 mortes a cada 100 mil mulheres. Em 10 anos, houve um crescimento de mortes entre as mulheres negras (22%), ao passo que reduziu o número de mortes entre mulheres brancas (não negras 7,4%). Segundo o Altas da Violência, não é possível identificar que parcela corresponde às vítimas de feminicídio, já que a base de dados não fornece essa informação.
Violência e desigualdade social
O aumento da violência nas sociedades está ligado à escassez de recursos, precarização da qualidade de vida, baixa escolaridade e acesso reduzido à educação/informação e outros aspectos onde o contexto social favorece a prática de atos violentos. A Casa Fluminense disponibiliza em seu Mapa da Desigualdade 21 indicadores sobre sete temas-chave da realidade metropolitana do Rio de Janeiro: Mobilidade, Mercado de trabalho, Pobreza & Renda, Educação, Segurança Pública & Cidadã, Saúde e Saneamento Básico. Os dados apontam para os diferentes padrões de vida dos 21 municípios que compõem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) e permite traçar um olhar metropolitano para questões transversais e entender a situação de cada cidade neste cenário.
Acesse e confira: Mapa da Desigualdade
Fonte: http://ipea.gov.br/atlasviolencia/