O Fundo Casa Fluminense encerra mais um ciclo do Edital Agenda Rio 2030, reafirmando o compromisso com o fortalecimento de lideranças, coletivos e organizações que atuam cotidianamente nas favelas e periferias da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A edição de 2025 marca mais um passo da Casa Fluminense na construção de uma metrópole mais justa e comprometida com a vida de populações e comunidades que lutam pela garantia de bem-viver e direito à cidade.
A atividade de encerramento aconteceu no último sábado (13), na Casa Dulce Seixas, em Nova Iguaçu, um dos projetos apoiados pelo Edital. O encontro reuniu representantes de 13 dos 15 projetos selecionados neste ano, criou um espaço de compartilhamento de experiências entre as iniciativas apoiadas, onde foram destacados os caminhos, desafios e aprendizados possibilitados a partir do apoio do edital.
Durante a programação, Shirley Maria, coordenadora da Casa Dulce Seixas, conduziu uma apresentação pelo espaço, compartilhando a história do território de Nova Iguaçu e a trajetória da Casa Dulce Seixas, primeira casa de acolhimento LGBT+ da Baixada Fluminense.
A atividade seguiu com um momento de confraternização durante o almoço, fortalecendo os vínculos entre as lideranças presentes, com uma dinâmica de conexão entre os projetos, voltada para o reconhecimento das experiências em comum. A proposta reforçou a importância do fortalecimento de redes entre as iniciativas e o intercâmbio entre territórios como uma estratégia fundamental para ampliar o impacto das ações desenvolvidas pelas lideranças dos projetos que passam pelo Edital Agenda Rio 2030.
Territórios e protagonismos
A edição de 2025 foi realizada em parceria com o Instituto Ibirapitanga, Ford Foundation, Clean Air Fund e Open Society Foundations, organizações que compartilham com a Casa Fluminense o compromisso com o bem-viver e a garantia de direito a cidade, e os projetos apoios nesta edição afirmaram isso.
Com 80% das iniciativas apoiadas sendo liderados por pessoas negras, 13% por pessoas indígenas e 20% por pessoas trans, as propostas refletem um pouco do perfil de quem está na linha de frente na luta por direitos dentro dos territórios, atuando em frentes como mobilização social, educação popular, salvaguarda da memória, produção de cultura, defesa dos direitos e incidência por políticas.
Entre as iniciativas, tiveram projetos que lutam pela garantia do direito à cidade; iniciativas que trabalham pela redução do impacto ambiental nos seus territórios; coletivos comprometidos com monitoramento da qualidade do ar; projetos que acreditam na garantia de futuros a partir do proteção das crianças; além de diversas outras iniciativas que fizeram do apoio um pontapé para fortalecer seus bairros, favelas e comunidades.
“Ter a Casa Fluminense como um dos nossos apoiadores é uma ajuda surreal para o projeto e nosso desenvolvimento, a gente se sente valorizado. Nós temos nossas vivências, nossa arte, políticas, lutas e muitas vezes somos invisibilizados, a Casa nos dá apoio e a visibilidade”, compartilhou Gabriel Marcolino, diretor do Movimento Libras na Ruas, projeto que constrói um espaço de visibilidade e valorização das pautas surdas.
Fortalecendo quem faz
Ao longo do processo de realização desta edição, o acompanhamento realizado pelas equipes de mobilização e comunicação da Casa Fluminense, aproximou a organização dos projetos e territórios, na intenção não só de acompanhar a execução das atividades, mas de fortalecer a construção da rede de lideranças sociais da RMRJ. O edital buscou ir além do repasse de recursos, apostando no fortalecimento das organizações e de suas lideranças, com oficinas e momentos de troca que foram pensados para apoiar o desenvolvimento das iniciativas, respeitando os tempos, contextos e potências de cada território.
Encerrar mais uma edição do Edital Agenda Rio 2030 é reafirmar que, mais do que nunca, as soluções para os desafios metropolitanos já estão sendo construídas no dia-a-dia de quem vive as desigualdades cotidianamente. São projetos que pensam o bem-viver a partir da escuta, da ancestralidade, da organização coletiva e da luta por direitos.
Seguimos acreditando que construir futuros possíveis passa, necessariamente, por fortalecer quem já está transformando o presente.
