A quinta edição do Fórum Rio marcou a chegada do encontro da rede de associados e parceiros da Casa Fluminense ao leste da metrópole do Rio. O evento itinerante, que acontece três vezes por ano, reuniu neste sábado cerca de 300 pessoas no campus da UERJ em São Gonçalo.
Durante todo o dia, mesas de debates, atividades culturais e uma plenária com a participação do poder público ampliaram os horizontes de participação cidadã em uma região de enormes desafios, mas também de muita potência e capacidade de realização.
Confira o relato dos participantes com propostas para o Rio!
Na parte da manhã, 11 mesas promoveram diálogos sobre os mais diversos temas relacionados ao leste metropolitano, mas também à infância e juventude, às populações invisibilizadas e às ações possíveis em um contexto de baixa incidência da população nas tomadas de decisão dos governos – confira os encaminhamentos abaixo.
Além disso, uma feira de integração com dez stands e apresentações artísticas diversas com o mote das lutas cotidianas na metrópole chamaram a atenção do público. Música, literatura, fotografia e outras expressões dos variados territórios têm espaço cativo no Fórum Rio.
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À tarde, durante a plenária final, mediada pelo diretor executivo da Casa Fluminense, José Marcelo Zacchi, os encaminhamentos das mesas foram apresentados para Vicente Loureiro, diretor executivo da Câmara Metropolitana de Integração Governamental, Manoel Santana, diretor da UERJ de São Gonçalo, e Ricardo Harduim, secretário de meio-ambiente de São Gonçalo.
Harduim substituiu o prefeito Neilton Mulim, que havia confirmado presença, mas alegou problemas pessoais de última hora e não compareceu. Ao lado de Loureiro, o secretário respondeu perguntas e dialogou com falas de mais de 15 participantes.
Na ocasião, foram lançados o Mapa da Participação e o Mapa da Desigualdade, produções da Casa Fluminense. O primeiro traz dados georreferenciados de mais de 200 organizações da sociedade civil, que atuam por uma metrópole mais justa, democrática e sustentável, e está em permanente expansão.
O segundo reúne 21 indicadores dos 21 municípios metropolitanos, três de cada um dos sete temas-chave para a vida do cidadão: mobilidade urbana, mercado de trabalho, pobreza e renda, educação, segurança pública e cidadã, saúde e saneamento básico. Os dados são atualizados de acordo com novas publicações oficiais.
“Tudo que a Casa Fluminense faz promove essa ideia e esse entendimento da metrópole como uma só. A visão de um mapa da desigualdade em conjunto com o mapa da participação nos leva à construção de um mapa de propostas em conjunto, em permanente diálogo estabelecido pela rede em expansão com os diversos atores do poder público”, afirmou Zacchi.
Para Vicente Loureiro, São Gonçalo, que já foi considerada a “Manchester brasileira” por seu outrora vigoroso parque industrial, acentuou sua dependência econômica ao longo do processo de expansão do contingente populacional e desenvolvimento da metrópole. A ausência do “fato metropolitano”, ou de uma instituição que atue com foco na metrópole, nas últimas três décadas – antes da criação da Câmara – prejudicou a região do leste fluminense.
“Para dar um exemplo, não há mobilidade urbana que dê conta de uma concentração tão grande de empregos na capital. Ou de leitos hospitalares. O desenvolvimento local, com mais emprego perto de casa, com mais estrutura de saúde, de educação, é fundamental. Um espaço como a UERJ de São Gonçalo é raro e muito bem-vindo. Neste sentido, momentos como este, de processo de ausculta, de pressão pelas demandas, são fundamentais”, analisou Loureiro.
Confira os encaminhamentos de cada mesa:
- Mobilidade Urbana no Leste Metropolitano
- Segurança Pública no Leste Metropolitano
- Saneamento básico em São Gonçalo: coleta e tratamento de esgoto
- Transparência e controle social
- Juventude sem fronteiras
- Oficina de ativismo: Campanha Jovem Negro Vivo
- Infância e a cidade: olhares de crianças sobre a cidade de São Gonçalo
- A regularização fundiária da Região Metropolitana do Rio
- Território e invisibilidades: Lutas pelos direitos indígenas e dos pescadores
- Ação e coletividades: Comunidades remanescentes de quilombos na RMRJ
- Justiça Ambiental e Juventude na Baixada Fluminense