*Por Carín Nuru
O projeto Juventude Popular nas Universidades ganhou mais uma edição com a Casa Fluminense, dando continuidade ao seu compromisso com a inclusão e o empoderamento da juventude negra e periférica no ensino superior. Este ano, 10 pré-vestibulares populares, de favelas e periferias da metrópole do Rio, estão sendo apoiados. Cada projeto recebeu um suporte financeiro de R$ 10 mil, além do apoio institucional, oficinas e encontros que a Casa promove para as trocas de experiências e estratégias entre os pré-vestibulandos.
O apoio do último ano promoveu um impacto muito positivo na atuação do projeto, com cerca de 190 voluntários atuando nos 10 pré-vestibulares, recebendo uma média de 360 estudantes, o Juventude Popular teve 138 alunos favelados e periféricos aprovados nas universidades, entre eles, mais da metade através das políticas de cotas. Esse resultado evidencia a importância do trabalho desenvolvido pelos pré-vestibulares nos territórios e também destaca o engajamento e comprometimento dos professores na promoção da educação e inclusão social.
Fortalecimento educacional dos prés
Os pré-vestibulares apoiados estão a cada ano construindo uma rede maior de fortalecimento educacional, compartilhando suas estratégias e abordagens que adotam para lidar com os atravessamentos que os alunos, professores e coordenadores passam para garantir a permanência e o acesso dos estudantes. Para além das atividades educacionais, esses projetos se empenham em oferecer apoio psicossocial, alimentação, auxílio transporte, entre outros suportes.
Durante o Encontro de Pactuação, os representantes dos projetos tiveram a chance de compartilhar suas experiências com o apoio da Casa e trocar estratégias. Dentre os depoimentos dos pré-vestibulares que fazem parte do projeto, Bianca Pessanha, coordenadora do Nica, compartilhou: “A casa Fluminense foi fundamental no apoio de todos os sentidos, principalmente emocional”, contou sobre o apoio que recebeu no último ano.
Além disso, a Amanda Almeida e o Gabriel Cavalcante, do Gente Formando Gente, compartilharam sobre a importância dos encontros na troca sobre as vitórias e desafios da educação popular: “A gente gosta muito de participar porque as nossas dificuldades e vitórias têm a ver com dos outros prés”. O fortalecimento da Casa também é pensado na importância da comunicação e troca entre os participantes, principalmente para o desenvolvimento de novas técnicas e ferramentas, para lidar com os desafios e alcançar as conquistas que estão por vir.
Perspectivas de 2024
Esse ano marca o início de um novo ciclo do Juventude Popular nas Universidades. O projeto ainda visa fortalecer as oportunidades de acesso à educação superior da juventude negra e periférica, mas também pretende contribuir ainda mais para o fortalecimento institucional dos prés, e para a difusão da prática da educação popular pela metrópole.
Entre os planos para o Juventude Popular está previsto um acompanhamento presencial nos pré-vestibulares apoiados, visando oferecer suporte às atividades desenvolvidas. Além disso, serão realizadas oficinas, abordando temas como comunicação, prestação de contas, relatório narrativo, entre outras trocas que buscam apoiar a construção organizacional dos coletivos. Essas iniciativas visam fortalecer a gestão e o funcionamento dos pré-vestibulares comunitários, promovendo um ambiente mais estruturado e eficiente para o desenvolvimento educacional dos jovens atendidos.
Outro grande destaque para este ano é o lançamento do Guia Juventude na Universidade, que tem como objetivo sistematizar os saberes e técnicas desenvolvidas pelos pré-vestibulares comunitários acompanhados pelo Juventude Popular na Universidade ao longo dos últimos anos. Para compartilhar as melhores práticas de gestão, engajamento de voluntários e outras iniciativas relevantes, contribuindo para o aprimoramento contínuo dos projetos participantes do programa.
A Casa Fluminense também pretende levar o documentário “Rio, Negro” construído em parceria com a Quiprocó Filmes, que apresenta uma perspectiva da história do Rio de Janeiro, a partir do protagonismo da população negra de origem africana. Apresentando o filme como uma ferramenta pedagógica de ensino de história e cultura afro-brasileira, colocando em prática a Lei 10.639/03, que torna obrigatória esse ensino.