Organizações da sociedade civil fluminense iniciaram na quinta-feira (16/02) uma rodada de diálogos e análise crítica sobre os já divulgados resultados do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI) da Região Metropolitana do Rio. Também conhecido como Modelar a Metrópole, os estudos estão sendo executados pelo consórcio Quanta Consultoria e escritório Jaime Lerner de Arquitetura, com supervisão da Câmara de Integração Metropolitana.
O encontro partiu da leitura prévia do Produto 7, documento que consolida o diagnóstico levantado até agora. Foram debatidos em detalhe os capítulos de Gestão Pública; Mobilidade; Habitação e Equipamento Social; Saneamento e Resiliência Ambiental; e Reconfiguração Espacial e Centralidades. Houve consenso no grupo que o material apresentado – um documento de mais de 400 páginas corridas – não é apropriado para estimular a participação social nas discussões que vão definir o futuro da metrópole. A baixa qualidade das imagens e a falta de unidade entre os capítulos – alguns apresentam apenas diagnósticos, outros já falam em cenários futuros e propostas – foram apontados como principais problemas.
Para Henrique Silveira, coordenador executivo da Casa, este é um momento estratégico de reflexão e contribuição da sociedade civil. “O encontro de hoje foi uma oportunidade para levantarmos ideias e analisarmos as diretrizes já apontadas no plano. No primeiro semestre deste ano a Casa vai se aprofundar nessa discussão e fomentar a participação de mais vozes no debate”.
O plano deveria ser entregue em julho deste ano, mas em função da crise fiscal no Estado, os consultores estão há mais de oito meses sem receber. O trabalho segue avançando, mas a passos lentos. O último grupo de discussão aconteceu no final de dezembro de 2016. A Câmara Metropolitana informou que deve retomar o ciclo de oficinas em março. Na opinião de Fernando Valverde, vice-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-RJ), o PDUI poderá se transformar em um importante aliado para o estabelecimento de políticas que assegurem a melhoria das condições de vida e reduzam as desigualdades para população metropolitana do Rio de Janeiro. “ O Plano contempla a implementação de instrumentos de financiamento urbano que visam uma justa distribuição dos benefícios do processo de urbanização e o atendimento da função social da propriedade e da cidade.”
Estiveram presentes ainda representantes do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR-UFRJ), Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil), Ong Fase e associados da Casa que trabalham nas áreas norteadoras do Plano.