Casa Fluminense soma esforços na iniciativa Rio Contra Corona

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Texto por
Comunicação Casa
Data
14 de abril de 2020

Completado o primeiro mês de instalação da quarentena nas principais cidades do país, já vemos vários efeitos da pandemia COVID-19 na realidade dos brasileiros. As medidas de isolamento social e a diminuição das atividades econômicas precisam ser acompanhadas de um plano de ação coordenado entre Governo Federal, estados e municípios para mitigar o aprofundamento das desigualdades históricas que determinam o não acesso da população mais vulnerável aos direitos sociais básicos.

Entretanto, sem abrir mão de cobrar o papel do Estado, diversas organizações da sociedade civil têm se articulado para dar respostas localmente e auxiliar aqueles que mais precisam em tempos tão difíceis. Este é o caso da iniciativa Rio Contra Corona que, a partir do mês de abril, a Casa Fluminense soma esforços. A iniciativa tem por objetivo mobilizar o governo, empresas e a sociedade civil para conseguir doações que cheguem nas favelas e bairros da periferia do Rio de Janeiro.

Para Henrique Silveira, coordenador executivo da Casa, a parceria com o Rio Contra o Corona parte da ideia de somar esforços e evitar a sobreposição de iniciativas nesse momento. “A Casa Fluminense já conhece e confia nas organizações que lideram a iniciativa e por isso entende que é melhor apoiá-la, evitando sobreposição de ações nesse momento. Vamos contribuir de duas maneiras. Por um lado, a Casa vai apoiar com recursos e na articulação de financiadores para investimento no Rio Contra o Corona. Nessa frente já contamos com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS) e do Instituto Unibanco, além de conversas com outros possíveis apoiadores. E de outro lado, vamos indicar organizações locais para receber as cestas básicas.”  

A prioridade do Rio Contra Corona é fazer com que os itens básicos para prevenção contra o coronavírus, incluindo os itens de higiene e cestas básicas, cheguem com urgência e depois outras demandas podem ser incorporadas. A ação é gerida pelo Instituto Ekloos, Instituto Phi e Banco da Providência, e surgiu das articulações do movimento União Rio. No site é possível realizar doações e conferir o mapa dos territórios e as organizações locais que já estão no circuito de receber e distribuir as doações para os moradores.

Acesse Rio Contra Corona e apoie como puder

De acordo com Douglas Almeida, coordenador de mobilização, foi necessário repensar a estratégia de atuação a curto prazo para dar apoio a rede de solidariedade que está se multiplicando pela Região Metropolitana do Rio. “Em um momento onde diversas lideranças e organizações que fazem parte da rede da Casa Fluminense estão na linha de frente para reduzir os danos que a pandemia traz para a população das favelas e periferias, buscamos contribuir com o mapeamento e articulação de iniciativas locais que coletam e distribuem doações de cestas básicas e outros materiais para que entrem no Rio contra o Corona e possam atender melhor as famílias assistidas”.

A proximidade na interlocução com esses movimentos, coletivos e organizações locais que já estão atuando em ações emergenciais fez com que a Casa Fluminense identificasse outras demandas. “Nós também estamos articulando esforços para fortalecer com apoio direto a atuação dessas lideranças sociais que estão no front das iniciativas de solidariedade nesses tempos de crise. É fundamental que eles também possam ter suporte no momento de luta pela sua comunidade. Na distribuição de cestas, por exemplo, já identificamos também a demanda para apoio logístico”, reforça o coordenador de mobilização da Casa.

Desigualdades ainda mais expostas pela pandemia

Segundo estado brasileiro como maior quantidade de casos registrados, a pandemia no Rio de Janeiro visibilizou ainda mais a realidade dos bairros e favelas da periferia metropolitana que encaram a crise sem infraestrutura adequada de água, saneamento básico, ventilação nos domicílios ou muitas pessoas morando compartilhando o mesmo quarto. Dados do primeiro Infográfico da Desigualdade da série COVID-19, com base no IBGE, indicam que 300 mil domicílios na RMRJ estão em situação de adensamento habitacional excessivo, no qual habitam mais de 3 pessoas por dormitório.

A outra dimensão da crise é o enorme contingente populacional de trabalhadores informais que perderam seu fluxo de renda durante a quarentena e ficarão em condição de insegurança alimentar, além daqueles que já estavam desempregados ou em situação de vulnerabilidade. Vimos com demora a aprovação e o início da distribuição do auxílio emergencial por parte do governo federal, que ainda está chegando para as famílias mais pobres, para tentar atenuar os impactos da falta de renda e o risco da fome.

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