Criado dentro da periferia da periferia, o Lab Arremate se tornou um espaço autônomo de criação periférica referência na Baixada Fluminense. Fundado em 2017, foi através do Fundo Casa Fluminense que o laboratório enfim conseguiu se estabelecer dentro do seu território: o bairro Parque Paulista, em Duque de Caxias. A ideia é que esse espaço fosse transformado em um lugar de formação e capacitação voltados para moda e arte periférica de forma aberta e gratuita para os moradores do bairro. Conheça mais sobre o trabalho do grupo que sonha em em breve escola popular de moda:
1- Atuação no BXD Arremata
A iniciativa tem como objetivo a troca de saberes geracionais em torno da costura e modelagem criativa. O BXD Arremata oferece uma série de oficinas para os moradores da região, as aulas são um encontro de várias gerações e estão sendo documentadas como forma de preservar essas memórias e técnicas sobre arte e costura. Nessa série de oficinas, foram no total 11 participantes. As próximas formações do Lab terão também capacitações voltadas para a técnica de Silk, moda para terreiros e de modelagem avançada.
2- Conversa com o território
O Lab Arremete está localizado no Parque Paulista, uma comunidade distante do centro de Duque de Caxias. O ateliê foi reaberto a partir do apoio do Fundo Casa e também de doações de livros de moda, maquinários e tecidos. Na região, o grupo afirma que existe uma ausência de políticas públicas tanto para cultura quanto para o combate à violência. A coordenadora do Lab, Lidi de Oliveira, fala sobre a importância da iniciativa dentro dessa estrutura de ausência de aparelhos culturais.
“O projeto está dentro de um território que para mim é um lugar de deserto quando o assunto são iniciativas de políticas públicas. A gente juntou alguns grupos parceiros, como o Movimenta Caxias, para construir uma militância e ativismo através dessa linguagem da moda diante desse cenário que às vezes é assustador para gente que vive dentro do território” afirmou Lidi.
3- Efeito Arremate
O projeto trabalha também de forma itinerante pela região e intensificou suas oficinas durante a pandemia. A ideia era apresentar a costura e arte como alternativas da economia criativa para a autonomia financeira dos moradores diante de um cenário de desemprego, sem auxílio emergencial e alta nos preços dos alimentos. A covid-19 impactou intensamente o grupo, uma das fundadoras do Lab Arremate, Dona Luiza Oliveira, morreu em decorrência da doença. A costureira estava na linha de frente das oficinas passando seus saberes e ajudando a comunidade a se manter durante a crise.
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