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A construção de um Campo Grande mais justo através da mobilização coletiva

Por Carín Nuru

Desde 2020, o Fórum Sócio Ambiental da Zona Oeste tem desempenhado um papel crucial na luta por justiça climática na zona oeste da cidade do Rio. O Fórum atua com uma gestão coletiva, sendo composto de diferentes organizações e lideranças do território. Com a participação principalmente de lideranças de Campo Grande, em 2023, essa mobilização levou os projetos a pensar em futuros possíveis para o bairro mais populoso da metrópole, iniciando a construção da Agenda Campo Grande 2030.

Edvan Fulgencio é um dos coordenadores da gestão colegiada do Agenda CG 2030, com os Ingrid Nascimento e Tiago Dife, e colaboração de Gabriel Stive. A Agenda Campo Grande 2030, está sendo construída também a partir do apoio da Casa através do Edital Agenda Rio 2030: Enfrentamento ao Racismo Ambiental, Geração Cidadã de Dados e Incidência Política, que tem a Agenda da Casa como guia para as construções de diversos planos de incidências políticas para os territórios da metrópole.

Durante uma entrevista com a Casa Fluminense, Edvan compartilhou que a  iniciativa da Agenda CG visa unir coletivos e movimentos para promover políticas públicas comuns na região. E destacou a importância do apoio do Edital, enfatizando que “a partir apoio da Casa nós tivemos a possibilidade de mobilizar mais pessoas, recursos, equipamentos e espaços, fazendo uma grande mobilização para a construir  uma agenda de políticas públicas para Campo Grande”

Mobilidade e segurança em pauta

Construir políticas públicas para regiões atravessadas por diversas desigualdades socioeconômicas é um desafio. Coletivos como o Fórum Socioambiental e a Agenda 2030 fazem por seus territórios esforços que o poder público não atende. É a sociedade civil pensando e criando soluções para a sociedade civil. Edvan compartilhou os desafios enfrentados em Campo Grande, incluindo a discussão intensa sobre mobilidade urbana e segurança.

Campo Grande é um bairro reconhecido como um centro da periferia para a população da zona oeste e até de municípios próximos, como Itaguaí. O bairro é lugar de encontro, onde a população consegue acessar um grande centro comercial e uma maior possibilidade de  transporte público, além de educação, saúde e trabalho.

A pauta da mobilidade e da segurança marcam fortemente a vida dos moradores do bairro. Em outubro de 2023, Campo Grande passou por grande caso de violência onde mais de 35 ônibus foram queimados, impactando diretamente a vida não só dos moradores, mas também da população de bairros e municípios vizinhos. Além das questões de raça, economia, gênero e clima, Edivan destaca a mobilidade e a segurança territorial como um ponto de intersecção dos debates para a construção da Agenda, que segundo ele “tem afetado a forma de viver e se relacionar das pessoas”.

Projetamos políticas públicas

Pensar na projeção que o coletivo tem para o futuro faz parte da construção da Agenda. Hoje, a publicação projeta a esperança de um bairro mais justo e mais solidário. O coletivo acredita, inclusive, que as vitórias que Agenda CG 2030 podem trazer para o bairro, podem servir de modelo para outras regiões da cidade. A publicação está prevista para o primeiro semestre de 2024 e pretende impactar principalmente as pautas de justiça e emergência climática, mobilidade e segurança da região.

Para o coletivo é essencial reunir pessoas de diferentes áreas para discutir coletivamente as demandas da região e construir mudanças efetivas para a vida dos moradores. “A ideia é que a partir da Agenda a gente traga as pessoas para discutir seus problemas, cobrar entes públicos, mas também se entenderem como sujeitos capazes de transformar as suas realidades locais”, ressaltou Edivan.

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