A Casa Fluminense encerrou na última quarta-feira (30/07) mais uma edição do Curso de Políticas Públicas, que neste ano foi adaptado para o modo remoto. A formação reuniu lideranças locais e representantes de movimentos sociais de diversas áreas da Região Metropolitana do Rio. Um dos objetivos desse ano era conseguir focar em aulas estratégicas para o fortalecimento dos projetos já realizados pelos alunos. As aulas de Organização e Mobilização Popular no Território, Elaboração e Estruturação de Projetos Sociais, Segurança cidadã e Equipamentos Culturais e Fomento foram algumas das novidades que chegaram para fortalecer essa nova fase. A coordenadora do curso, Karen Kristien, contou que além das aulas teóricas, em todos os encontros também houve um momento inicial de partilha de experiência de iniciativas convidadas e dos próprios alunos.
“A organização do curso teve o cuidado de garantir a presença de convidados parceiros para fazer a abertura dos encontros. Eles mostraram como atuam no seu território com seus projetos e ajudaram a dar uma dimensão prática e de proposição. Essa era uma forma de trazer para turma o cotidiano dos movimentos sociais, então tinha a parte teórica das aulas alinhada a esse momento. Foi um curso marcado pela possibilidade de aprendizado formal e pelas trocas que foram estabelecidas enquanto rede que se sustenta de forma coletiva”, explicou Karen.
No encontro de encerramento os alunos receberam uma novidade: a Casa vai realizar uma oficina de elaboração de projetos focada em editais já pensando nas movimentações que estão por vir. A Casa acaba de lançar o novo Edital Agenda Rio 2030. Essa iniciativa é um apoio metodológico e financeiro às organizações e projetos que atuam no desenvolvimento social dentro do território metropolitano. As inscrições já estão abertas.
Vivências e futuro do CPP 2021
Jéssica Lene, estudante de pedagogia da Unirio, secretária do Pré-vestibular Popular Construção e Social Media do Labjaca – Manguinhos, Zona Norte do Rio
“Gostaria de enfatizar a importância do Curso de Políticas Públicas da Casa Fluminense. Neste espaço foi possível desenvolver conhecimentos sobre Educação, Memória Social, Meio-Ambiente, Segurança Pública, Arte e Cultura, Financiamento e Transparência, além de outros assuntos que envolvem a criação de políticas que geram impactos em nossas vidas. Enquanto filha de mãe solo, moradora de Manguinhos, estou imensamente grata e feliz pela finalização dessa etapa. Desejo que possamos continuar lutando juntos, para geração de dados e novas narrativas e com o edital lançado será possível fortalecer o nosso Quilombo Moderno que são as nossas favelas. Obrigada Casa Fluminense e a equipe responsável pelo curso. Seguimos”.
Raffael Ramires, programador no ITS e idealizador do Infocria – Imbariê, Duque de Caxias
“Pensar em política pública aqui no terceiro distrito de Caxias não era uma realidade para mim. Por muito tempo não imaginei que eu poderia mobilizar as pessoas do meu bairro e também conseguir estruturar projetos, nada disso parecia uma realidade para mim, mas tive acesso a isso tudo graças ao curso. A análise de cenário feita durante as aulas e saber mais sobre o contexto histórico das temáticas que a gente enfrenta me trouxeram muita confiança de que a realidade de Imbariê que pode não ser 100% convidativa para a nossa atuação mas que ela está aí, existindo, e precisa de modificações práticas e estruturadas para funcionar. O curso nos ajuda a ter essa visão de que não é impossível a gente se organizar em rede pensando política pública a partir das nossas atuações e iniciativas locais”.
Sandra Joliv, representante da iniciativa Mulheres Próximas – Realengo, Zona Oeste
“Acho que o Curso de Políticas Públicas é uma daquelas oportunidades que você está esperando como um sinal de esperança diante do caos. Estava iniciando minha jornada na luta do combate à violência contra as mulheres e precisava de afeto diante de tantas coisas negativas que vemos diariamente. Minha entrevista do processo seletivo do curso foi emocionante e ali me senti acolhida por uma iniciativa que estava olhando para além das minhas capacidades. E eu acho que a Casa é isso, um lugar que nos dá calor e acolhida. Quero agradecer a todos os envolvidos, mas em especial a Karen, Henrique e Vitor que souberam como ninguém passar esse sentimento com maestria. Quero agradecer também pela maravilhosa oportunidade de fazer amizades com pessoas como Douglas, Carla e Lenon. Esses também fazem parte do pacote de presentes da Casa e pra vida”.
Alessandro Conceição, artista e ativista do Quilombo do Morro Branco- Complexo do Viradouro, em Niterói
“As experiências das aulas foram excelentes, obviamente tivemos que enfrentar o desafio do remoto mas foi inspirador se reunir para pensar o futuro da Região Metropolitana como um todo. Essa metodologia da gente trabalhar em conjunto torna tudo mais divertido. Agora quero dar continuidade ao projeto e manter essa ligação de parceria e articulação com a Casa que é de extrema importância como impulsionadora e canalizadora de ações pela metrópole”.