Casa Fluminense sedia no Rio o lançamento do Relatório Luz da Sociedade Civil sobre os ODS

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Texto por
Saulo Pereira Guimarães
Data
10 de julho de 2017

A Casa Fluminense sediou na última sexta (07) o lançamento no Rio do Relatório Luz da Sociedade Civil sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). O evento foi organizado em parceria com Action Aid – Brasil, Ibase, Igarapé e Rede Brasileira de População em Desenvolvimento (Rebrapd), organizações que fazem parte do Grupo de Trabalho que elaborou o documento. De acordo com o relatório, o Brasil ainda está longe de cumprir as metas propostas em 2015.

Áreas como a erradicação da pobreza vinham mostrando avanços até 2014. Porém, no ano seguinte, o agravamento das crises política e econômica freou esse processo. “A partir de 2016, começamos a voltar para onde não queríamos mais estar”, afirmou Francisco Menezes, consultor da Action Aid e pesquisador do Ibase. Para exemplificar o fenômeno, Chico mencionou o índice de Gini no país, que saltou de 0,491 em 2014 para 0,523 no primeiro trimestre de 2017. Como se sabe, o índice usa uma escala que vai de 0 a 1 para medir a concentração de renda na sociedade. Quanto maior a pontuação, maior a concentração. “Mudanças como essa impactam no cumprimento de outras metas, como as relacionadas à redução de desigualdades”, comentou Vitor Mihessen, coordenador de informação da Casa.

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O diagnóstico não é muito diferente em relação à garantia de vida saudável e bem-estar para os cidadãos. Para o representante da Rebrapd Richarlls Martins, o mais provável é que o país não cumpra as metas previstas nesse setor até o prazo final, em 2019. Ele afirmou que iniciativas como a ampliação dos investimentos na rede pública de saúde vão na contramão das políticas que vêm sendo adotadas pelo Governo Federal. Além disso, situações como o crescimento dos casos de AIDS entre jovens também são obstáculos ao cumprimento de objetivos previamente acordados. Richarlls criticou ainda o relatório elaborado pelo governo federal e apresentado pelo Brasil às Nações Unidas sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que não contou com a colaboração da sociedade civil em sua elaboração. “O documento deles apresenta respostas para apenas 5 das 9 metas de saúde e bem-estar, não corresponde à realidade do país”, disse.

Elaborado por organizações da sociedade civil, o Relatório Luz usa indicadores fornecidos pelo Ministério da Saúde, Ibama e outros órgãos para avaliar em que medida o Brasil vem cumprindo a Agenda 2030. Essa agenda reúne metas das Nações Unidas para 17 áreas, os chamados ODS. A partir da próxima segunda (10), as conclusões contidas no Relatório Luz e no documento do governo servirão de base para discussões do Fórum Político de Alto Nível da ONU, em Nova Iorque.

Acesse aqui o Relatório Luz do GTSC (síntese)

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