Política do cuidado

O trabalho de cuidado diário da casa, família e território é historicamente feito – sem ou com mal remuneração – por mulheres cis e trans, em sua maioria negras, pobres e moradoras de territórios sob vunerabilidades climáticas e sociais. Com a recente Política Nacional do Cuidado aprovada, a Casa Fluminense vem incidindo para que esse debate seja territorializado e também dispute orçamento e planejamento das cidades, metrópole e estado do Rio de Janeiro.

Dados do Mapa da Desigualdade 2023 mostram que menos de 1⁄4 das crianças da região metropolitana estão matriculadas em creches. Por isso, muitas mães e cuidadoras dessas crianças não conseguem estar no mercado de trabalho formal, e as que conseguem precisam lidar com uma diferença salarial de quase R$ 500 com homens na mesma função. Para diminuir a sobrecarga feminina é necessário que o poder público passe a valorizar o cuidado como um trabalho invisível, que mantém a nossa economia em movimento. Os desafios serão resolvidos a nível local promovendo avanços estruturais como a criação planos municipais de cuidado e pastas voltadas a essa agenda, é preciso também que as trabalhadoras do cuidado que hoje estão sendo invisibilizadas ganhem o protagonismo dessa construção que precisa ser participativa dentro das suas cidades, bairros e favelas.