Pesquisa da Casa Fluminense revelou que mais de 52 mil crianças estão fora da escola na Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Rio – O governador Luiz Fernando Pezão garante que, se reeleito, vai intensificar o programa de pacificação das favelas, sua principal arma para reduzir a evasão escolar na rede pública. O candidato Anthony Garotinho (PR) promete modernizar a escola com tecnologia da informação para atrair os jovens. Lindberg Farias (PT) quer implantar novos Cieps com educação integral e ensino profissionalizante, o mesmo objetivo do candidato Marcelo Crivella (PRB). Tarcísio Motta (Psol), quer aumentar o orçamento para a educação e obrigar o estado a financiar os municípios para universalizar a educação.
Os candidatos ao governo participaram do terceiro debate proposto pelo DIA sobre educação no estado, a partir da pesquisa da Casa Fluminense, que na edição de domingo revelou um número alarmante:52.073 crianças entre 6 e 14 anos estão fora da escola na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Pezão – PMDB
“A Lei das Diretrizes e Bases da Educação atribui ao estado o ensino médio, cabendo ao município a educação básica. No entanto, hoje dos 900 mil alunos da rede estadual, 265 mil são do ensino fundamental e deveriam estar em escolas municipais. A atuação do estado tem melhorado os índices . Com a política de pacificação, os alunos voltaram às salas de aula, assim como os professores, que voltaram a ter tranquilidade para ensinar. Na Cidade de Deus, por exemplo, uma pesquisa da Coordenadoria Regional de Educação apontou que a evasão escolar foi reduzida de 50% para 5%, após a implantação da UPP. Vamos continuar nessa linha para proporcionar a volta das crianças”.
Lindberg – PT
“O número de crianças fora da sala de aula na Região Metropolitana, mostra que há uma ausência de políticas para a redução de desigualdades sociais no Rio. É preciso fazer uma aposta decisiva na juventude, e esse processo se inicia na escola. A educação é a nossa prioridade. Vamos implantar o Ciep do Século 21, com educação integral, reforço escolar, cursos técnicos, formação profissionalizante, atividades culturais e prática esportiva. Esta nova escola será um ambiente de alta tecnologia com internet livre para ser utilizada como ferramenta do aprendizado e da criação. O Ciep será um espaço comunitário de estudantes, pais e responsáveis, profissionais da educação e moradores do entorno. A meta é construir até 100 novas unidades em todo o estado do Rio”.
Crivella – PRB
“A questão da evasão escolar, como a própria reportagem deixa claro é uma tragédia social. Embora os dados apresentados se refiram ao ensino fundamental, que é uma responsabilidade principalmente dos municípios,o governo estadual não pode omitir-se em fazer todo esforço possível para revertê-la. Para tal, precisamos atacar as duas principais causas da evasão, necessidade de trabalho e falta de interesse dos alunos pelas nossas escolas. Nossa ideia, que aparece como prioridade no Plano de Governo, é ajudar as prefeituras a recuperar e ampliar a rede de CIEPs para que todos tenham acesso à escola em tempo integral. Investir em ensino técnico profissionalizante da rede estadual para facilitar a entrada dos jovens no mercado de trabalho”.
Tarcísio Motta – Psol
“Este quadro é reflexo da política dos últimos governos. Os números levantados pela Casa Fluminense escancaram os anos de baixos investimentos em educação tanto por parte dos municípios da Região Metropolitana quanto pelo governo estadual. O padrão tem sido investir apenas o mínimo constitucional. Nossa proposta prevê que o estado amplie substancialmente os recursos para a educação pública (chegando a 35% do orçamento em dois anos) e crie um plano de apoio financeiro e técnico para que os municípios em pior situação universalizem a oferta de Educação Infantil (creches) em quatro anos. Se as crianças entrarem mais cedo na escola e isto significar mais tranquilidade para as mães trabalhadoras, a evasão cairá rapidamente”.
Garotinho – PR
“Pretendo combater a evasão escolar criando a Universidade do Professor, responsável por uma formação permanente dos educadores, o que permitiria uma atualização tecnológica e didática das salas de aulas. A escola de uma maneira geral é analógica e a cabeça das crianças hoje é outra. Essa UP vai capacitar o educador para esse novo tipo de ensino. A criança usa celular, internet e quando vai para a sala de aula vê um professor ensinando com giz num quadro negro, não entende. Eleito, acredito que no período de até um ano e meio seja possível qualificar todos os professores do estado em parcerias com UERJ, UFF e outras universidades do estado”.