Mapa da Desigualdade 2023, como está a metrópole pós pandemia? 

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Texto por
Luize Sampaio
Data
19 de setembro de 2023

A Região Metropolitana do Rio está perdendo habitantes, na contramão do crescimento populacional do estado. Só a capital perdeu cerca de 100 mil pessoas. O custo de vida, o racismo, a falta de vagas,  sobrecargas de aparelhos públicos e a crise climática estão entre os fatores indicados pelo Mapa da Desigualdade 2023 que podem ajudar a compreender não só a redução da população mas também o perfil de quem está sendo mais afetado. 

A nova edição do Mapa da Desigualdade 2023 traz 40 indicadores que apresentam em que condições nascem e sobrevivem a população fluminense: os desafios começam no pré natal, atravessam direitos básicos como acesso a água limpa e desaguam em mortes evitáveis. O lançamento do Mapa será na terça-feira (19/09) durante o  1º Seminário de Geração Cidadã de Dados, que será realizado na favela da Maré com a presença de organizações e coletivos da sociedade civil que estão pensando e trabalhando com dados para a transformação social. 

Segundo análise do Mapa da Desigualdade 2023, cerca de 50% da população da metrópole do Rio vive com menos de um salário mínimo (R$1320).  Depois de três anos, uma pandemia, duas eleições, cortes e atrasos no Censo Demográfico, desmonte de órgãos de pesquisa com o Centro Estadual de Estatísticas (CEPERJ) e muita informação desatualizada, a quarta edição do Mapa vai trazer dados atualizados sobre a metrópole do Rio, com mapas sobre o peso da tarifa no bolso dos trabalhadores, violência de gênero, endividamento, sobrecarga nos CRAS, custo obras públicas paralisadas e uma série de outros temas. A Casa Fluminense analisou em 23 bases de dados governamentais e empresariais, além de muitos pedidos de acesso via Lei de Acesso à Informação para a produção da publicação. 

A publicação é dividida por quatro justiças: racial, de gênero, econômica e climática – sempre interseccionando essas pautas com eixos básicos da política pública como educação, saúde, segurança, entre outros. No tema da justiça climática e racismo ambiental, por exemplo, o Mapa chama a atenção aos municípios da Baixada que concentram cidades com as piores avaliações de coleta de águas de rios, lagos e bacias da metrópole e também os índices altos de pessoas negras internadas por doenças de veiculação hídrica. 

O Mapa da Desigualdade chega a sua quarta edição frente aos desafios de atrasos na entrega dos dados do Censo e também a  fragilidades dos dados disponíveis nas periferias metropolitanas, para além da capital fluminense. Um problema comum às 23 bases de dados consultadas, nenhuma delas trazia informações sobre marcadores sociais básicos, gênero e sexualidade, o que impede a visibilização de todos os grupos que compõem a sociedade, prejudicando seu acesso a políticas públicas eficazes.

A publicação já está disponível para download, acesse aqui.

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